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Diário da Amazônia

A falta de energia em Rondônia

A mobilização dos caminhoneiros, na avaliação da população, é justo.

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Publicado: 27/05/2018 às 12h55min

A mobilização de caminhoneiros com fechamento de vários trechos das BR-364 e BR-429, impedindo o transporte de diesel para as unidades geradoras de energia, fez a população de Rondônia recordar do sofrido período de grande escassez de energia elétrica ocorrido na década de 1990, na época que o fornecimento de energia elétrica era administrada pela extinta Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron, hoje Eletrobras).

A região da BR-429 e parte da grande Ariquemes enfrentaram na última sexta-feira a falta de energia elétrica, prejudicando as atividades do Poder Judiciário e impactando fortemente no comércio local. A mobilização dos caminhoneiros, na avaliação da população, é justo, mas fez acender o sinal de alerta vermelho para um grave problema que ainda persiste na vida da população que reside em áreas isoladas do Sistema Interligado Nacional de energia (SIN).

Rondônia tem energia de sobra graças ao complexo hidrelétrico das Usinas do Rio Madeira, um importante investimento na Amazônia, mas ainda existe mais de 25 localidades que estão isoladas do SIN e dependem de projetos de iniciativa do Governo Federal para ter energia de qualidade. Alguns projetos tiveram início neste mês, mas nessa primeira etapa apenas os municípios que estão localizados na região da BR-429 serão beneficiados. Não podemos esquecer que na ponta do Abunã, região de Rondônia com o Acre, está concentrada uma superpopulação de Rondônia que recebe energia elétrica gerada por grupos geradores.

Segundo apurou o Diário da Amazônia, essas localidades não foram contempladas nessa primeira etapa e estarão reféns de grandes mobilizações que acontecem praticamente todas as semanas na BR-364, principal via de acesso para recebimento de produtos e principalmente de óleo diesel para abastecer essas unidades geradoras. Somente este mês, a BR foi fechada três vezes, impactando o transporte de produtos para a região da Ponta do Abunã, que reúne mais de cinco grandes distritos e cuja produção agrícola tem grande relevância para a nossa economia.

O Governo Federal precisa com urgência agilizar os projetos voltados para o sistema de interligação de base de estação de energia para não deixar a população refém desses movimentos. Além da Ponta do Abunã, os municípios de Machadinho e Cujubim sofreram com a limitação de óleo diesel e tiveram o fornecimento de energia racionado. Geralmente essas obras levam tempo para serem finalizadas, mas precisam ganhar prioridade nessa época do ano.



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