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Carlos Sperança

coluna

Publicado: 16/04/2017 às 06h10min

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A máfia rondoniense

Os mafiosos “Alemão” e “Maçaranduba”, como ficaram conhecidos depois das denúncias da Odebrecht, que cobravam propinas em..

Os mafiosos “Alemão” e “Maçaranduba”, como ficaram conhecidos depois das denúncias da Odebrecht, que cobravam propinas em Rondônia, sempre deram pinta que faziam a política tradicional do populismo e que tinham a mão grande estendida para o erário público. Às voltas com tantos processos desde as décadas passadas, os dois políticos sempre juravam inocência e a coisa ia passando, passando…
De “Alemão” acreditava-se até então numa propina de apenas R$ 500 mil, mas a goela do parlamentar era mais aberta: agora as acusações chegam a R$ 20 milhões, e sua imagem de gangster ilustra as matérias das principais redes de televisão do País. Já “Maçaranduba” tem problemas com a justiça devido às suas empreiteiras que ganhavam todas as licitações em sua cidade de origem. Já está condenado em todas as instâncias, e eis que surge agora também o seu envolvimento na “Operação Lava Jato”. Guloso também, “Maçaranduba” tem apetite e goela voraz, como a de um crocodilo.
As máscaras caíram de vez e novamente a vala comum atinge a classe política de Rondônia. Haja gangsterismo por aqui! É uma praga!

O ápice dos jornalões

Foi no final dos anos 80 e meados da década de 90 que a mídia impressa em Porto Velho chegava ao auge. Naquela época, a capital rondoniense tinha quase a metade da população atual (estimada em quase 250 mil almas pelo IBGE) e circulavam por aqui os jornais Alto Madeira, Estadão do Norte, A Tribuna, O Guaporé e o Imparcial.

Destes jornais citados acima só sobreviveu o Alto Madeira, que comemorou heroicamente um século de existência nesse sábado. A ele, soma-se atualmente o Diário da Amazônia, que nasceu em 1993, assumindo o protagonismo no segmento, já que a Folha de Rondônia, de Ji-Paraná, nascida no final da década de 90, acabou não sobrevivendo muito tempo.

Com o Alto Madeira chegando aos 100 anos, se vê a mídia impressa se reinventando. O formato “beliner”, a unificação das edições de sábado e domingo, a transformação de diário em semanário são algumas alternativas rolando em todo o território nacional.

A corrupção campeia

Nem só de mafiosos implicados na operação Lava Jato vive a corrupção neste Brasil varonil, diga-se de passagem, cada vez mais desenfreada nas Câmaras Municipais, prefeituras, Assembleias Legislativas, e nas esferas do Executivos estaduais e federal. Temos rolando por aí, desde mensalinhos, nepotismo cruzado, aluguel de máquinas e imóveis a preços astronômicos, ao superfaturamento de pãozinho para a merenda escolar.

A fantasmarada tomou conta do pedaço e está enraizada nos órgãos públicos de Rondônia a Roraima, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. Como superfaturar e rachar é a palavra de ordem, procura-se construir prédios suntuosos e caros, onde as comissões das empreiteiras se tornam mais generosas para os políticos.

Edificar conjuntos habitacionais, estradas, usinas, pontes e viadutos virou mote para marmotas. As empreiteiras recebem boa parte do dinheiro e abandonam as obras antes de terminar, quando não conseguem generosos aditivos para prosseguir entregando casas populares rachadas, prédios com lages comprometidas e esgoto sanitário com problemas. É o fim da picada.


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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