Porto Velho/RO, 24 Março 2024 20:47:25
Diário da Amazônia

A violência se expande e o alvo é a sociedade

O município de Porto Velho, capital de Rondônia, já ocupou o topo da lista do Atlas Violência com ênfase dos número de homicídios

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Publicado: 17/06/2018 às 00h21min | Atualizado 17/06/2018 às 00h31min

O município de Porto Velho, capital de Rondônia, já ocupou o topo da lista do Atlas Violência com ênfase para o avanço do número de homicídios principalmente entre os jovens. O último relatório do estudo da violência nos municípios, divulgado na última sexta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) coloca a capital rondoniense com 44,6%, enquanto Altamira, no Pará, assumiu o liderança no Norte com 91,9%, superando Manaus (48,6%) em mortes violentas
Os números mostram uma importante migração da violência no país, revela a falta de políticas de segurança pública efetivas, a falta de programas e ações que garantem baixas taxas de crime e de sensação de insegurança e medo. A principal vítima dessa migração é a sociedade e não há motivo para comemorar a queda de índice de violência em determinado município. O que existe é a migração da violência e toda a sociedade é vítima, independente do Estado onde ela é consolidada.
É importante investigar as causas desses homicídios e os motivos dos crimes ainda não elucidados pela Polícia Civil nos Estados. Assim com o Rio de Janeiro e São Paulo, os Estados do Norte dependem de políticas efetivas para combater de frente o poder de fogo da criminalidade. A violência em Altamira, no Pará, foi elevada por conta a migração de operários que trabalharam na construção da hidrelétrica de Belo Monte. Em Porto Velho esse fenômeno também foi registrado no pós-construção das usinas do rio Madeira
São fenômenos que precisam ser monitorados pelas autoridades de segurança pública para se buscar soluções efetivas para essa escalada do homicídio. Estados enfrentam faltam de investimentos nas delegacias de polícia, apesar de possuírem uma importante ferramenta de trabalho com o uso da tecnologia. Mas isso não é suficiente. É necessário investir em material humano para combater o crime organizado e poder de fogo dos traficantes.
Apesar do progresso social observado no Brasil com a saída de 25 milhões de brasileiros da pobreza desde 2003, a desigualdade continua alta e o sistema educacional é uma das razões para o crescimento da violência. A corrupção também é um grande fator de geração de índices de homicídios.
Cada centavo desviado na corrupção poderia ser utilizado para investir em ações de segurança. Se recomendações de especialistas na área de segurança não forem seguidas pelos futuros governantes, a sociedade vai seguir assistindo a escalada da violência com a divulgação de índices de homicídios, que continuam migrando de Estados para Estados, sem soluções realmente efetivas para frear a criminalidade.


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