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Diário da Amazônia

Acir Gurgacz abre caminho para saída da crise

Gurgacz cobra que a contrapartida para o saneamento de Porto Velho seja mantida pela União.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 25/06/2017 às 05h10min

Senador Acir reforça que País está parado, perdeu a credibilidade internacional, mas é a população que mais tem perdido direitos dia após dia

Em meio à crise política instalada, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) abre espaço no Congresso Nacional para discutir uma saída para a crise política e econômica que o País atravessa, e apresenta a antecipação das eleições gerais de 2018, ou eleições diretas para presidente ainda neste ano, como uma alternativa. Em discurso no plenário, no seu estilo, sério e ponderado, também apontou os responsáveis pelas irregularidades nas obras de saneamento de Porto Velho, que foram interrompidas por falta de projeto básico, sobrepreço e direcionamento de licitação. Gurgacz cobra que a contrapartida para o saneamento de Porto Velho seja mantida pela União.

Diário da Amazônia – Qual avaliação que o senhor faz do momento político e econômico do País?
Senador Acir Gurgacz: – Há muito tempo venho dizendo que o País está parado e que a nossa população vem perdendo, dia após dia. Perdeu seus empregos e renda, perdeu saúde, perdeu segurança, perdeu educação, está perdendo direitos e oportunidades, e perde cada vez mais coisas. O País perdeu credibilidade internacional. Nossos empresários perderam a capacidade de investir, e todos sabem que se o empresário não investe, os empregos para quem precisa somem e a economia para.

Diário da Amazônia – E por que isso está acontecendo?
Senador Acir Gurgacz: – O principal motivo é a briga entre políticos. Por causa de políticos que só pensam em si, em seus partidos e em se manter no poder para manter seus privilégios. Sempre digo que, quando os políticos brigam, quem perde é a população. Há três anos os que perderam não aceitaram o resultado das eleições e fizeram de tudo para mudá-lo. Usaram todos os métodos que podiam, sem pensar no País. Todos sabem a resposta. Um País parado e a população sofrendo. Quando mudaram o governo, disseram que seria para melhorar o País, para tirá-lo da crise e da imobilidade. Disseram que fariam um governo de notáveis, de técnicos, de pessoas que realmente se preocupariam com o País e governariam pensando na população. E isso não ocorreu.

Diário da Amazônia: E por que isso não ocorreu? O senhor considera o cenário atual semelhante ao do pré-impeachment?
Senador Acir Gurgacz: Porque a crise se aprofundou e o País mergulhou num mar de lama de corrupção. Este é o outro motivo que colocou o Brasil na situação em que está. O que temos hoje é um País sem rumo. As pessoas que estão no comando, na presidência e nos principais ministérios, estão envolvidas em escândalos de corrupção, e algumas estão dando ordens de dentro dos presídios e penitenciárias. Temos corruptos se protegendo sob o manto do foro privilegiado, que derrubamos no Senado. A corrupção é o pior problema do nosso País, e todo corrupto deve ser punido e expulso da vida pública. Porque a corrupção rouba a merenda e a educação das nossas crianças. Rouba a casa das nossas famílias, rouba a saúde da população, rouba o presente e o futuro de cada brasileiro e brasileira.

Diário da Amazônia: E qual sua proposta para o País sair desta crise política e econômica?
Senador Acir Gurgacz: Temos que passar o País a limpo, e essas ações de combate à corrupção têm que continuar. Eu sempre disse que a Operação Lava Jato e todas as demais ações do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça, que puxaram o fio da corrupção no poder público, seriam positivas para o País, apesar da instabilidade que criaram. Os corruptos, aqueles já condenados e os que ainda serão condenados, precisam ser expulsos da vida pública. Esse é um papel da Justiça, mas também é uma responsabilidade do cidadão. Então, temos que chamar o povo para participar desta decisão. Se conseguirmos antecipar as eleições gerais de 2018 para este ano, creio que também anteciparíamos a saída do País da crise. Se o Congresso Nacional quiser, ele consegue. Mas, como este é um caminho difícil, defendo eleições diretas para presidente, caso o Temer seja afastado.

Diário da Amazônia – E qual a contribuição do Congresso Nacional, do Senado?
Senador Acir Gurgacz: Estou no Senado para trabalhar pelo estado de Rondônia, pelo desenvolvimento do País. E esta é a minha principal linha de atuação. Eu, sinceramente, não participo deste jogo político entre governo e oposição. Portanto, coloquei um desafio aos senadores, aos líderes partidários, ao presidente da Casa e a todos os membros da Mesa Diretora e presidentes de Comissões, de que façamos uma reunião para discutir uma agenda emergencial para tirar o Brasil desta situação. Para que possamos nos unir em torno de uma agenda positiva, virar este jogo e tirar o Brasil desta crise política.

Diário da Amazônia – Mas qual o caminho para saída da crise?
Senador Acir Gurgacz: A crise é política, e só a boa política, a política com P maiúsculo é que vai tirar o País desta situação e salvar a nossa democracia. Já tivemos em outros momentos da nossa história exemplos que o Congresso trabalhou e resolveu a crise e o caos que se avizinhava. A abolição da escravatura foi debatida por 50 anos, mas quando a crise ficou grande a tramitação do projeto durou apenas 64 dias. A ideia do parlamentarismo andou pelo Congresso durante décadas, mas com o País à beira da guerra civil foi aprovada em 48 horas, em 1961. Ou seja, quando o Congresso quer, as coisas andam. Estamos vivendo um momento parecido. O Senado não pode se acovardar. Temos que esquecer a política partidária e trabalhar pelo País. Temos que buscar as soluções, continuar combatendo a corrupção, tirar o País do mar de lama e fazer a economia voltar a funcionar. E para isso, todos sabemos que a solução é antecipar as eleições gerais. Porque é obvio que com este governo que aí está nada vai mudar. Vai ser um escândalo por dia. Chegou a hora de mostrarmos que somos homens públicos, que honramos nossos cargos e darmos à população – que é soberana e dona dos mandatos – o poder de escolha.



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