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PLANTÃO DE POLÍCIA

Adolescente foi morta pelo namorado

“Teste de fidelidade” feito pelo primo motivou o crime, em Cerejeiras.

Por Natália Figueiredo Diário da Amazônia
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Publicado: 27/04/2017 às 05h35min

Ismael Silva também prestou depoimento, mas negou a acusação

No início da tarde de ontem, quarta-feira (26), em entrevista coletiva, o delegado de Cerejeiras Rodrigo Spiça revelou detalhes da confissão de Diego de Sá Parente, sobre o assassinato da adolescente Jéssica Moreira Hernandes, 17 anos. O corpo da garota foi encontrado na segunda-feira (24), e provocou indignação e protestos por toda a cidade. O delegado regional da Polícia Civil de Vilhena, Fábio Henrique Campos, também participou da entrevista concedida na Delegacia de Polícia Civil de Cerejeiras.

De acordo com o delegado Spiça, o crime foi desvendado mesmo sem a confissão do principal suspeito Ismael Silva, de 30 anos, namorado da adolescente. Diego de Sá revelou a motivação e os detalhes do homicídio, do qual teria participado.

Conforme depoimento prestado por Diego, seu primo Ismael Silva, de 30 anos, estava desconfiado de que a adolescente o teria traído e programou um teste de fidelidade em que Diego participaria. Nas declarações ao delegado, Diego disse que mandou uma mensagem para Jéssica dizendo que precisava mostrar algo a ela.

Ao chegarem na casa onde a menina foi morta, Diego convidou Jéssica para entrar e usou como argumento uma traição de Ismael para com Jéssica meses antes, na tentativa de arrancar dela a possível confissão de traição. A garota acabou dizendo que havia traído o namorado.

Ismael, que estava já do lado de fora da casa ouvindo a conversa, entrou e empunhando uma barra de ferro, desferiu um golpe contra a cabeça da vítima que desmaiou, quando estava recobrando os sentidos, levou uma facada nas costas.

Em seguida, o assassino a golpeou outras duas vezes na altura da garganta. Neste momento Diego teria virado o rosto por não suportar assistir a cena. Mesmo assim, ouviu o primo dizer: “Agora você está comigo, se não me ajudar eu te mato também”.
Após matar a namorada, o servidor público saiu levando a bolsa e o celular da vítima, enquanto o parceiro limpava o sangue espalhado pelo chão e desmontava a bicicleta com a qual a menor havia ido até o local. O veículo teria sido atirado dentro de um poço no quintal do imóvel.

Diego também contou que o próprio primo teria se incumbido de “desovar” o cadáver. O namorado foi quem primeiro comunicou à família, que a garota estava desaparecida, cerca de duas horas após ela sair de casa, o que levantou suspeitas.
Ele era uma das pessoas que liderava as buscas quando todos pensavam que se tratava de um sequestro. Em sua rede social, no facebook, o rapaz chegou a fazer diversas postagens sobre o desaparecimento da menina e depois da confirmação da morte, se despedia dela com mensagem emocionada.

Esposa inocente

O delegado Rodrigo Spiça disse que Diego inocentou sua esposa, que até ontem também era suspeita do crime.

Embora também tenha sido presa junto com o marido Diego, a vendedora I. P., que trabalha numa loja de eletrodomésticos, em Cerejeiras, não teve qualquer participação no crime. Tanto que as autoridades devem pedir que seja concedida a soltura dela. O que fez com que ela fosse presa foi sua insistência em não incriminar o esposo, embora não haja confirmação de que ela soubesse do crime praticado.

O primo também informou onde estariam a bicicleta e o celular da garota. Os bombeiros devem descer o poço para tentar resgatar os objetos.

Namorado negou acusações

Para encerrar a investigação e dar o caso como solucionado, a polícia aguarda apenas a confissão de Ismael, que está sendo mantido em segurança, pois existem ameaças de linchamento contra ele.

Ismael Silva também prestou depoimento, mas negou a acusação e disse ter estranheza sobre o depoimento do primo. Mas, segundo o delegado, o depoimento de Diego bate com os laudos médicos, que apontaram precisamente os locais onde foram desferidos os golpes de faca.



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