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Agricultores têm barracos queimados em Canutama

A destruição dos barracos ocorre devido a uma disputa por terras entre os assentados e fazendeiros da região.

Publicado: 17/07/2018 às 09h04
Atualizado: 17/07/2018 às 17h26

Barracos ficaram completamente destruídos (Foto: Divulgação)

Moradores do assentamento Araras, localizado em Canutama (AM), a cerca de 620 quilômetros de Manaus e a pouco mais de 50 quilômetros de Porto Velho (RO), denunciam a queima de barracos, que abrigavam várias famílias, na área rural.

Segundo um morador que não quis se identificar por medo, a destruição dos barracos ocorreu devido a uma disputa por terras entre os assentados e fazendeiros da região. “Como tem madeira lá cinco madeireiros estão ameaçando a gente de morte com capanga armado com pistola”.

De acordo com os moradores eles vem recebendo ameaças de funcionários da fazenda, que pertence a uma madeireira. Boletim de ocorrência, denunciando as ameaças foram registrados na delegacia de Humaitá. Os moradores afirmam que policiais militares de Humaitá estão trabalhando para os fazendeiros como pistoleiros. E por isso se sentem desprotegidos. “Policiais de Humaitá estão trabalhando pra eles quando estão de folga, ameaçando a gente de morte lá. Ano passado eles queimaram nossos barracos nos reconstruímos e agora eles queimaram de novo”.

Os moradores acusam os donos e funcionários da fazenda Shalon e mais quatro madeireiros de terem ateado fogo nos barracos. Um dos fazendeiros da fazenda Shalon está foragido pela suspeita de envolvimento no desaparecimento de três agricultores do assentamento no ano passado.

Os moradores afirma ainda que os madeireiros estão abrindo estradas em volta do assentamento para extrair madeira ilegal. “Eles estão abrindo estradas nos arredores do assentamento e foram nas nossas linhas, que são seis linhas e queimaram barraco por barraco e já foi denunciado para as autoridades de Humaitá e Ministério Público, mas até hoje nada foi resolvido”.

As famílias de trabalhadores rurais sem-terra reivindicam a destinação das terras da União, na localidade conhecida como Araras, para a criação de assentamento da reforma agrária. Mas uma empresa do ramo madeireiro afirma ser dona das terras. A questão está na Justiça.

Desaparecidos

O local já é bastante conhecido, onde três trabalhadores rurais desapareceram sem-terra desaparecem no dia 14 de dezembro de 2017. Segundo a Polícia Civil do Amazonas, testemunhas dizem que Flávio Lima de Souza; Marinalva Silva de Souza e Jairo Feitoza Pereira desapareceram enquanto vistoriavam parte da propriedade rural ocupada por sem terras desde 2015.

Suspeitos foragidos

Divulgação

Polícia Civil do Amazonas segue nas buscas pelo fazendeiro Antonio Mijoler Garcia Filho, 61 anos, e pelo caseiro Rinaldo da Silva Mota, 38, suspeitos de envolvimento no sumiço de três agricultores em Canutama, município a 619 Km de Manaus. Fotos da dupla foram divulgadas.

A Justiça expediu mandados de prisão preventiva para Antônio e Rinaldo no dia 28 de dezembro.

O delegado informou que denúncias sobre o caso podem ser feitas ao número (97) 3334 – 1139, da 62ª DIP, e também ao 181, o disque denúncia da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). “Asseguramos o sigilo da identidade dos informantes”, garantiu a autoridade policial.

Por Redação Diário da Amazônia

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