Edição de hoje nº 7702
A inflação voltou com todo o gás na semana passada e já mostrou sinal claro que retornou disposta a fazer uma devassa nas contas do governo federal. Quem vai pagar a conta é o consumidor e também vai sobrar para o servidor público federal, que ontem foi pêgo de surpresa com o Plano de Demissão Voluntária (PDV).
O principal vilão da semana foi o aumento do PIS/Cofins, o que resultou na interrompida a sequência de queda da inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Haverá em breve um efeito dominó no preço dos alimentos. Se já estava ruim para quem cuida do transporte de alimentos, com o ajuste no imposto dos combustíveis, se tornará mais complicado para o pequeno cidadão que depende de frete para ganhar a vida.
Segundo estimativas do mercado, publicadas hoje (24) pelo boletim Focus do Banco Central (BC), a expectativa mediana para a inflação passou de 3,29% para 3,33% este ano, conforme noticiou a Agência Brasil.
O relatório, divulgado ontem em Brasília, pelo BC, mostra também que a expectativa do mercado para o IPCA, em 2018, foi mantida em 4,20%. Entre os chamados analistas Top 5, médio prazo, a projeção para o IPCA deste ano subiu de 3,08% para 3,10%, mantendo-se em 4,19% para 2018.
Hoje são 13 milhões de desempregados no Brasil, conforme as últimas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O contribuinte começou o ano pagando a conta de energia mais salgada. A dívida de R$ 62,2 bilhões com as concessionárias de energia elétrica, que agora deve ser paga pelos consumidores com aumento nas contas de luz. O rombo foi gerado pela decisão do Governo Federal em 2016 de antecipar a renovação das concessões de produtoras e distribuidoras terá impacto em torno de 7% na conta dos consumidores.
A classe política brasileira terá a partir de agora papel importante de inserir o País na rota do desenvolvimento. Um levantamento produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que a queda excessiva do dólar está contribuindo para prejudicar a geração de emprego no Brasil.
Com a alta da inflação, aumento no preço da gasolina, reforma da Previdência e agora o plano de demissão voluntária do servidor público, está cada vez mais difícil projetar algum sinal de otimismo com futuro do Brasil neste ano.
