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Diário da Amazônia

Artesãs de PVH produzem roupas sustentáveis

A cooperativa Justa Trama trabalha em cadeia de produção, são cinco elos espalhados pelo Brasil

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia
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Publicado: 04/03/2018 às 07h05min | Atualizado 14/08/2018 às 08h50min

Pensando em sustentabilidade e adotando meios mais ecológicos de produção, a Justa Trama, que é uma cadeia de produção do algodão sustentável, em conjunto com a cooperativa Açaí de Porto Velho, organizaram um evento para divulgação da moda sustentável no Ifro da avenida Jorge Teixeira nos dias 26 e 27.

A cooperativa Justa Trama trabalha em cadeia de produção, são cinco elos espalhados pelo Brasil, a primeira fase de produção começa com o plantio de algodão na Adec em Tauá no Ceará e Aefaf em Ponta Porã no Mato Grosso do Sul, já a fiação e tecelagem fica por conta dos cooperados da Coopertextil na cidade de Pará de Minas em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul a Univens, em Porto Alegre é responsável pela confecção, serigrafia, bordado e tingimento das peças.

Rondônia também faz parte do processo, os associados da Cooperativa Açaí em Porto Velho, fazem todo o trabalho de coleta de sementes para a confecção dos botões, são cerca de 21 pessoas envolvidas na produção, dentre elas a artesã Antônia Oliveira, que participa da cooperativa desde 2005, ela confecciona colares e pulseiras e produz peças de decoração com as sementes do açaí e explica a importância de divulgar o seu trabalho. “Nem todo mundo conhece o que é o algodão ecológico, esta é uma forma de mostrarmos aos estudantes os benefícios de utilizar um produto sem agrotóxicos”.

Já a outra artesã, Marina Soares, utiliza as sobras dos tecidos para fazer a sua arte, com os retalhos do algodão ela produz bonecas e ecojóias, ela comenta que ver a possibilidade de agregar sustentabilidade em sua produção foi algo que mudou a sua vida. “A arte sustentável entrou na minha vida em um momento que estava muito desacreditada por repetir velhos formatos de artesanatos, a ideia de inovar e produzir bonecas e ecojóias me trouxe outra renda, os nossos produtos tem agradado os consumidores”.

Nelsa Fabian é a presidente da Justa Trama, ela explica os impactos que o uso do algodão tradicional causa ao meio ambiente, afetando o solo e as águas, ela também expõe as vantagens de utilizar o algodão agroecológico.

“O algodão tradicional 25% de todo o agrotóxico produzido no mundo, apenas um quilo de agrotóxico é capaz de contaminar um bilhão de litros de água, na roupa orgânica feita com o algodão agroecológico não existe aplicação de agrotóxicos, diminuindo assim os impactos ao meio ambiente, mais que isso as pessoas não estão trazendo pro seu corpo uma roupa que está contaminando o planeta e a si próprio, pois um pé de algodão convencional possui 26 aplicações de veneno, mesmo com o processo de lavagem e tingimento os tóxicos permanecem. Poder usar uma roupa saudável, também é melhorar a qualidade de vida das pessoas, do solo e das águas.

Sobre a economia sustentável a presidente pontua, “A Justa Trama já possui treze anos, a oportunidade de envolver todos os elos é muito importante para oferecermos um produto que defenda de fato o meio ambiente, como somos um conjunto de cooperativas e associações conseguimos discutir os valores que cada um deve receber, então decidimos de forma justa o preço das peças, assim valorizamos o trabalho individual de cada artesão envolvido, esta é a nossa grande contribuição para provocar a justiça social em um país tão desigual”.

As peças produzidas pelos cooperados podem ser encontradas na sede da Cooperativa Açaí, localizada na rua Henrique Dias, 435 no centro da cidade, ou no site da Justa Trama www.justatrama.com.br.



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