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As mortes no campo na região Norte

O massacre ocorrido na fazenda Santa Elina, no município de Corumbiara, no Sul de Rondônia, completou 22 anos. Na época, o jornal..

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Publicado: 13/09/2017 às 06h20min

O massacre ocorrido na fazenda Santa Elina, no município de Corumbiara, no Sul de Rondônia, completou 22 anos. Na época, o jornal Diário da Amazônia, com dois anos de circulação no Estado, acompanhou a tragédia de perto que ganhou a atenção da imprensa nacional e internacional. O caso ficou conhecido como “Massacre de Corumbiara”, onde 12 pessoas foram mortas – dois policiais militares e nove trabalhadores rurais, dentre elas uma criança de 9 anos.

O fato ocorreu no dia 9 de agosto de 1995, em uma região distante 838 quilômetros de Porto Velho. Nos primeiros dias daquela semana, a cidade foi invadida por jornalistas de vários veículos para relatar o cenário. A fazenda Santa Elina ficava localizada a 18 quilômetros de Corumbiara, de propriedade do então fazendo Hélio Pereira de Moraes.

A tragédia mobilizou a alta cúpula do Governo Federal, o ministro de Estado, Nelson Jobim, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sila, na época presidente do PT, o ex-senador Eduardo Suplicy e os ex-deputados federais Padre Roque, Nilmário Miranda e José Dirceu, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e dirigentes sindicais. Na época, o vice-governador Aparício Carvalho recepcionou a equipe e ficou surpreso com a cena de violência.

O fato ganhou repercussão em várias capitais do Brasil, houve protesto onde manifestantes foram às ruas pedir a punição dos culpados.

Outro fato marcante relatado nas páginas do Diário, que hoje completa 24 anos de circulação, foi o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, ocorrido no Pará, em um assentamento na cidade de Anapu, no sudoeste do Estado. A irmã Dorothy lutava pela reforma agrária na região. O caso também teve repercussão internacional.

Depois de duas décadas, se percebe que a política de reforma agrária pouco avançou no Brasil e Rondônia, segundo a Pastoral da Terra, continua no topo de áreas com eminência de conflitos no campo.

Recentemente, nove trabalhadores rurais foram executados em Taquaruçu do Norte, na região de Colniza, no Mato Grosso, município matogrossense localizado na divisa com a cidade de Ministro Andreazza, região central de Rondônia. Algumas vítimas da violência eram de Rondônia e foram sepultadas no sul do Estado. O caso ganhou o noticiário nacional, chamou a atenção da Comissão da Paz e deixa em alerta o Governo Federal sobre a importância de dedicar mais atenção para o problema dos conflitos de terra, principalmente na região Norte. A violência no campo precisa receber um basta.



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