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Carlos Sperança

coluna

Publicado: 14/01/2017 às 06h00min

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As terras caídas

Com o ápice do inverno amazônico e as chuvas torrenciais na Bolívia e no Peru, agrava-se o fenômeno das terras caídas nos estados de..

Com o ápice do inverno amazônico e as chuvas torrenciais na Bolívia e no Peru, agrava-se o fenômeno das terras caídas nos estados de Rondônia, Amazonas e no Pará. O fenômeno ocorre quando a água atua sobre as margens dos rios, causando erosão e abrindo extensas cavernas subterrâneas até que uma ruptura provoque a queda do terreno que é tragado pelas águas.

No ano passado, o fenômeno foi observado em Porto Velho com o desmoronamento de uma grande área que tragou casas e caminhões num pátio de uma empresa que operava às margens do rio Madeira. No meio desta semana, o fenômeno voltou a derrubar casas no bairro do Triângulo, colocando em risco outras residências e a própria ligação daquele bairro tradicional com o centro da cidade.

As regiões das calhas dos rios Madeira (em Rondônia) Purus e Solimões (AM) são as mais afetadas pelo “Terras Caídas”. Em Rondônia, os desmoronamentos de terras têm sido rotineiros também nos distritos de Calama e São Carlos. No Amazonas, nas cidades de Anamã, Tabatinga, Amaturá e Tonanins.

Sentindo firmeza

Gostei da largada da gestão do prefeito Hildon Chaves no tocante ao setor de obras em Porto Velho com a realização do mutirão de limpeza pelas ruas da cidade – é preciso pensar urgente também numa operação tapa-buracos – na retomada de obras das creches paradas. Mas constatei firmeza mesmo foi com o movimento do presidente da Fundação Cultural, Ocampo Fernandes, em promover melhorias no Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Minha expectativa com Ocampo Fernandes era das melhores, e ele já está botando seu bloco na rua com competência, tratando também do carnaval 2017.

Alguns secretários da nova adminisração já estão mostrando qualidade. Talvez o titular da Agricultura não esteja à altura do ex-secretário daquela pasta, Leonel Bertolin, da gestão Nazif, já cotado até para cargos em altos escalões pelo grande trabalho no setor agrícola de Porto Velho, nos últimos anos.

Minha maior expectativa, no entanto, está com Luiz Guilherme Erse, na pasta de Planejamento. Caberá a ele, entre outras tarefas, a revisão do Plano Diretor de Porto Velho e descascar abacaxis, como a expansão urbana do outro lado da ponte, na BR-319, uma região já repleta de invasões.

Rusgas palacianas

Rusgas entre cristãos e tucanos, disputa de poder e uma baita fogueira de vaidades ardendo no Paço Tancredo Neves redundaram na queda do primeiro secretário da gestão Hildon Chaves (PSDB), o cristão Hélio Maurício. Disputas intestinas, como esta, enfraquecem a administração, já que a ala perdedora sai atirando.
O vice-prefeito Edgar do Boi (PSDC) enfrenta no osso do peito a forte influência dos tucanos na gestão municipal. Como os tucanos são do mesmo partido do alcaide, já levam vantagem na contenda, desabrigando os cristãos que não quiserem se adaptar ao regime do tucanato.

Sempre que há muitos tigres no mesmo capão, as patadas são certas. Geralmente cisões desta natureza ocorrem em grandes alianças políticas, que não é o caso da gestão atual. Lembro que o prefeito Mauro Nazif tinha 13 legendas na sua coalizão, e a aliança não teve grandes confrontos. Igualmente o governador Confúcio, tem administrado o seu serpentário de secretários numa boa. O prefeito Hildon terá que harmonizar seus quadros sempre buscando a conciliação entre as partes beligerantes.


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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