Porto Velho/RO, 23 Março 2024 07:10:39

Ato de vandalismo em Humaitá

a ação dos criminosa facilita a vida dos madeireiros que atuam na ilegalidade.

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Publicado: 29/10/2017 às 06h20min

A onda de ataques contra prédios públicos do Governo Federal no município de Humaitá (AM), distante 200 quilômetros de Porto Velho (RO), voltou a ocupar o noticiário nacional neste final de semana. A depredação ao patrimônio público parece ter sido uma resposta contra uma operação policial no combate à extração ilegal de ouro no rio Madeira, na região do Amazonas.
Consta, no site do Ibama, que o órgão tem trabalhado na apreensão e desativação de balsas, veículos e outros instrumentos utilizados para o garimpo ilegal em terras indígenas. No último dia 24 de outubro, por exemplo, uma matéria jornalística no site mostra que 29 balsas e máquinas de garimpo na Terra Indígena Kayapó (PA) foram destruídas.

É a segunda vez que o patrimônio público é alvo do vandalismo no município. O leitor ainda se recorda da destruição recente do prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 2014, após indígenas executarem três pessoas durante uma cobrança de pedágio na Transamazônica.

As três vítimas assassinadas a tiros dentro da reserva indígena Tenharim foram o professor Stef Pinheiro de Sousa, 43, o comerciante Luciano Ferreira Freire, 30, e o funcionário da Eletrobras Amazonas Energia Aldeney Ribeiro Salvador, 40. Revoltados, os moradores destruíram barcos que prestavam assistência aos índios e o prédio da Funai teve que ser reconstruído. Um prejuízo de mais de R$ 2 milhões, dinheiro esse que saiu do bolso da própria população.

A história volta a se repetir. Ao que parece, algumas “lideranças” que encabeçam esses movimentos de danificar o patrimônio público parece encontrar na violência a única forma mais eficaz na solução dos problemas. A apreensão de mais de 30 dragas teria provocado a ira dos garimpeiros, mas é preciso levar em consideração que os fiscais do órgãos de fiscalização e controle estão ali para cumprir a legislação.

A população talvez não tenha percebido o grande problema ocasionado no município em decorrência dessa ação. Agora, o Governo Federal terá que alocar mais recursos para garantir a efetiva fiscalização dos funcionários. De onde sairá o dinheiro, já que as contas públicas estão comprometidas em função da queda de receita orçamentária?

Mais uma vez, quem será penalizado será a população, que não terá fiscalização efetiva do Ibama (sem estrutura) na combate ao desmatamento. Madeireiros que atuam no comércio ilegal de madeira devem estar comemorando. Terão um bom tempo para não se preocupar com a fiscalização.



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