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PLANTÃO DE POLÍCIA

Atual prefeito de Candeias se defende

Crime teve motivação política, segundo investigações. Primo está foragido.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 10/05/2017 às 05h15min

O atual prefeito de Candeias do Jamari, Luis Ikenohuchi Herrera ocupou a tribuna da Câmara Municipal na noite da última segunda-feira (8) para se defender de envolvimento na morte do ex-prefeito Francisco Vicente de Souza (PSB), o ‘Chico Pernambuco’. Luiz disse que não tinha ido ao Parlamento exclusivamente para apresentar defesa uma vez que foi convidado há alguns dias para apresentar suas metas, mas não poderia deixar de tocar no assunto.

A Polícia Civil de Rondônia tem fortes evidências de que o primo do prefeito, Katsumi Yuji Ikenohuchi Lema, que está foragido, tramou a morte de Chico Pernambuco porque este descumpriu acordos realizados com sua família. Mesmo sendo o verdadeiro beneficiado com a morte, Luis Ikenohuchi disse que jamais participou ou participaria de atos ilícitos.

O prefeito foi bem claro aos detratores. “Eu mais que ninguém tenho interesse que isso seja esclarecido…Digo mais, a todos aqueles que direta ou não falam a meu respeito serão responsabilizados pelo poder Judiciário do Estado. Peço a autoridade policial que conclua o mais rápido possível para que eu possa administrar Candeias”. E prosseguiu: “E digo o seguinte, o que mais quero nessa vida é que o inquérito termine, porque senão eu não terei paz, Candeias não terá governabilidade e consequentemente pessoas irão se aproveitar dessa fragilidade que nosso Município está enfrentando.

Ressalto ainda que as informações prestadas são desencontradas, pois não conheço as fontes que inseriram isso na mídia. Eu e Chico éramos companheiros na política, contra o sistema implantado em Candeias. Quero registrar, que é garantido a todos o contraditório e ampla defesa. Em relação a minha pessoa, foram veiculadas diversas notícias desencontradas”.

Ao falar sobre a corrupção na cidade, o prefeito disse que muita coisa era feita sem o conhecimento do ex-prefeito e que ele está mudando tudo e vem sofrendo pressões e perseguições.

Delegada disse que o atual prefeito não é suspeito pelo crime

Delegada confirma que mandante do crime é primo do atual prefeito

Em entrevista coletiva na manhã de ontem em Porto Velho, a delegada declarou qual seria o motivo do crime. “As investigações iniciaram no dia da morte do prefeito e após 50 dias tivemos várias diligências realizadas e chegamos à conclusão que a morte do prefeito teria motivação política pela busca do poder da prefeitura”, afirmou Keity.

A delegada confirmou o envolvimento de Katsumi Ikenohuchi, que é primo do atual prefeito de Candeias do Jamari, no crime. “Ele estava descontente com o modo que o Francisco estava gerindo a prefeitura e ele queria uma secretaria conforme teria sido prometido, já que sua tia teria financiado parte da campanha”, contou a delegada.

Também de acordo com Keity, foi Katsumi quem contratou o articulador, que fez o contato com os executores. “Katsumi teria contratado um dos suspeitos que contratou os demais elementos encarregados de executar Chico Pernambuco, por uma quantia em dinheiro. Os executores não tinham ciência que o prefeito da cidade é que seria morto, até então, o articulador tinha dito a eles que era apenas um garimpeiro”, informou Keity.

Quadrilha recebeu R$50 mil para matar Chico Pernambuco

Após a morte de Chico Pernambuco os suspeitos do crime passaram a pressionar o articulador para receber o dinheiro, mas o homem que os contratou foi preso dias após o assassinato, no dia 24 de março, no início das investigações.
“Nós prendemos o contratante dos executores que estava refugiado em um sítio. Ele estava com a arma do crime, com R$ 4 mil, além de drogas. Naquele momento, ele foi preso em flagrante delito e precisávamos comprovar que a arma que estava com ele foi a utilizada no assassinato do ex-prefeito, que foi o que a Polícia Técnica conseguiu comprovar”, disse Keity.

Depois a prisão do articulador, a mulher dele foi a responsável por fazer a ponte de comunicação dos suspeitos com o Katsumi. “Eles passaram a ameaçar a esposa do articulador para poderem receber o valor combinado, que não havia sido pago pelo suspeito preso”, informou a delegada.

A delegada disse ainda que, Luis Ikenohuchi, atual prefeito de Candeias que assumiu o cargo depois da morte de Pernambuco, não é suspeito pelo crime, já que não há provas contra ele. Entretanto, foram recolhidos documentos, celulares, aparelhos eletrônicos, que ainda serão analisados, conforme ressaltou a delegada.Ao todo, cinco pessoas foram presas até o momento e encaminhadas à Penitenciária de Médio Porte (Pandinha) em Porto Velho. Dois dos suspeitos confessaram o crime e os demais negam, segundo a polícia. O sexto suspeito da morte, Katsumi Ikenohuchi, está foragido da Justiça.

A Delegacia de Candeias do Jamari contou com apoio da Delegacia de Homicídios, Delegacia de Furtos e Roubos, Delegacia de Narcóticos (Denarc) e Diretório Geral da Polícia Civil.

O crime

O ex-prefeito Chico Pernambuco foi morto a tiros no dia 18 de março, quando chegava em casa, em Candeias do Jamari. Conforme a polícia, ele estava dentro do próprio carro quando levou os tiros de pistola.

O parlamentar de 66 anos chegava em casa com a namorada e uma criança, quando dois homens se aproximaram de motocicleta e efetuaram vários disparos. Chico Pernambuco foi atingido por dois tiros no peito e um no rosto.



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