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RONDÔNIA

Banda movimenta o carnaval em PVH

Emocionada, Ciça Andrade lembrou que seu pai, Manoel Mendonça, viveu para a Banda.

Por Ana Kézia Gomes Diário da Amazônia
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Publicado: 13/02/2018 às 07h15min | Atualizado 17/11/2018 às 22h53min

Mantendo a tradição carnavalesca na capital, a Banda do Vai Quem Quer levou uma multidão de foliões para as ruas (Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

Nem a chuva impediu o desfile do maior bloco de carnaval da Região Norte. “A chuva veio pra lavar a avenida”, comentou Siça Andrade, presidente da Banda do Vai Quem Quer, minutos antes de autorizar a largada oficial da Banda na tarde de sábado. “É muita emoção saber que a gente mantém viva a história de Manelão. Ele morreu pelo carnaval e pela Banda e a gente tem que honrar a vida do meu pai. Então é muito sentimento, amor, compromisso e responsabilidade”, disse, emocionada, Siça Andrade.

No meio da folia o Diário da Amazônia conheceu a história do casal Geovani Rodrigues e Marcicleide Nascimento, que se conheceu na BVQQ em 2011 e, desde então, estão juntos. “Era minha primeira vez na Banda e eu já dei a sorte de encontrar o amor”, disse Marcicleide.

A família Araújo, que acompanha a Banda há três anos, contou que são apaixonados pela Banda do Vai Quem Quer. “Esse é o carnaval mais seguro de Porto Velho, a gente vem com as crianças e é o bloco certo para curtir com a família”, disse Ciane Araújo.

Já a família Conceição afirmou que presenciou atos de violência entre os foliões e que por isso decidiu seguir a Banda próximo da Polícia Militar. “Não tem como tudo ser 100% seguro, né? Então é melhor tá perto da polícia porque a gente não confia muito que todo mundo vem pra cá só pra se divertir”, disse Alexandre Conceição.

De acordo com Ocampo Fernandes, presidente da Fundação Cultural de Porto Velho (Funcultural), a Banda do Vai Quem Quer levou mais de 80 mil pessoas às ruas. Segundo ele, o carnaval porto-velhense de 2018 tem verba de cerca de R$ 800 mil para realização. O calendário de atividades iniciou no dia 26 de janeiro e encerra dia 16 de fevereiro.

Neste ano o tema central destacou a crise política

“Para o Brasil voltar a ser campeão, não reeleja político ladrão” foi o tema da 38ª edição da Banda. Segundo a diretoria musical da Banda, o tema foi escolhido para fazer a comunidade pensar sobre a situação geral do País. Os foliões dançaram ao som das marchinhas tradicionais, das músicas que homenagearam a presidente Siça e um dos fundadores do bloco, Silvio Santos, o conhecido Zé Katraca, além das canções sobre a cheia histórica do rio Madeira, política e futebol.

Trabalho infantil

De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho, durante o carnaval as crianças estão expostas a diversos riscos, dentre os quais o fato de poderem ser usadas para auxiliar na comercialização de produtos na rua. O principal problema apontado pela Superintendência é a evasão escolar que a dupla jornada causa nessas crianças. Durante o desfile da Banda o Diário da Amazônia abordou diversos comerciantes ambulantes suspeitos de se beneficiarem do trabalho infantil, mas todos se recusaram a dar entrevista. As denúncias de trabalho infantil podem ser feitas ao Ministério do Trabalho pelo Disque 100, do Governo Federal, que recebe todos os tipos de denúncia de violação contra crianças e adolescentes.

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