“A gente vota em quem acredita.” – Marina Silva filosofando sobre o voto útil
1-Bolsonaro: a mosca na sopa I
Bolsonaro ter sido esfaqueado, não ter morrido e pior, recusar-se a morrer é o ponto fora da curva nesta eleição em que se desenhou o retorno dos velhos canastrões da política. A peça, escrita a várias mãos tinha a atuação no limite da legalidade do Poder Judiciário nas primeiras ou segundas instâncias, a cortina de fumaça de onde surgiam áudios de delações premiadas rechaçados por falas de ódio e o tal “garantismo” para manter a esquerda no poder, o PT com seus comensais e o status quo de partidos.
2-Bolsonaro: a mosca na sopa II
Ao encarar Eduardo Cunha, senhor do baixo clero, Dilma perdeu e abriu um rombo no Congresso e Executivo por onde a Lava Jato entrou Com a corrupção mapeada e a estrutura minada desde o mensalão, a classe política entregou o Cunha mas era tarde. O vazamento de delações e os protestos de junho minaram o resto. Surge a operação abafa com parte do Judiciário atuando com o “garantismo” que azedou a eleição 2018. “Nós já produzimos esse desastre que aí está. Ou as pessoas não percebem que nós contribuímos com a vitimização do Lula? Estamos produzindo esse resultado que está aí”, disse Gilmar Mendes. Bolsonaro não estava no cardápio. É só a “mosca na sopa”.
3-Carta enigmática
O tucano FHC publicou uma carta ao povo brasileiro pregando a união de todos contra aquele que saindo do nada catalisou a decepção do homem comum com a política. O discurso raso, simplista, aceito por parte do povo, também explica a alta rejeição do Bolsonaro em outras camadas de eleitores. Menos por ele e mais pelas decisões dos adversários, a corrosão se instalou entre o centrão que o rejeita e a esquerda que lhe dá combate. FHC percebeu o risco de ver seu PSDB outra vez fora da disputa e age para frear o predador, propondo alianças que sabe não são mais possíveis. O cordão para fazer o falar e dar piruetas foi cortado com uma facada em Minas Gerais.
4-A salvação é…
“E agora, quem poderá salvar-nos?” diria o Chapolin Colorado. Na impossibilidade de apoiar o Bolsonaro, sobra Haddad por conta e risco de quem entra no barco. Coube ao PSDB colocar o chocalho no gato. A ideia é atrair o centrão que age como a sogra quando o carro do genro quebra na viagem, reclamando de tudo e todos, e pegando carona com quem surja. Atrair o Ciro? Difícil. Ciro é instável e transita sem rédeas. Sem dar um tiro sequer Bolsonaro pode ganhar essa guerra. Seja o que Deus quiser
5-Recheando o curriculum
O Presidente do STF, ministro Dias Toffoli vai engordar seu curriculum vitae. Por três dias ficará presidente da República, no período em que Temer irái à Assembleia Geral das Nações Unidas. No mesmo período – que ridículo – os presidentes da Câmara e do Senado em campanha eleitoral e são os dois primeiros na linha de sucessão, também saem do Brasil para não se tornarem inelegíveis. Mas nada de extraordinário vai ocorrer. O Brasil não para e nos continuaremos pagando a conta de todos eles.