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RONDÔNIA

BR-319 vai impulsionar a economia

O asfaltamento da rodovia fará de Porto Velho um polo logístico estratégico.

Por Guarim Liberato Jr
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Publicado: 02/08/2017 às 05h00min

Quando foi inaugurada, em 1976, a BR-319 foi anunciada como a rodovia da integração da Amazônia e o principal elo rodoviário para estimular o desenvolvimento econômico e social da região. Naquela época, Manaus tinha cerca de 350 mil habitantes e, Porto Velho um pouco mais de 100 mil habitantes. Rondônia já vivia o maior fluxo migratório de colonização do interior do País e, apesar das dificuldades impostas pela floresta, as perspectivas eram animadoras. Hoje, Manaus tem cerca de 2,5 milhões de habitantes, Porto Velho tem 600 mil e Boa Vista tem 300 mil habitantes. Somando a população dos municípios na área de abrangência da BR-319, como Humaitá, Lábrea, Manicoré, Careiro Castanho e Careiro da Várzea, somam-se mais de 4 milhões de pessoas que serão beneficiadas diretamente com a abertura da rodovia.

Quando foi inaugurada, em 1976, a BR-319 foi anunciada como a rodovia da integração da Amazônia e o principal elo rodoviário para estimular o desenvolvimento econômico e social da região. Naquela época, Manaus tinha cerca de 350 mil habitantes e, Porto Velho um pouco mais de 100 mil habitantes. Rondônia já vivia o maior fluxo migratório de colonização do interior do País e, apesar das dificuldades impostas pela floresta, as perspectivas eram animadoras. Hoje, Manaus tem cerca de 2,5 milhões de habitantes, Porto Velho tem 600 mil e Boa Vista tem 300 mil habitantes. Somando a população dos municípios na área de abrangência da BR-319, como Humaitá, Lábrea, Manicoré, Careiro Castanho e Careiro da Várzea, somam-se mais de 4 milhões de pessoas que serão beneficiadas diretamente com a abertura da rodovia.Para quem toca a economia da região, não é apenas um mercado consumidor de 4 milhões que está no caminho da rodovia.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), Marcelo Thomé, diz que a reabertura da rodovia em boas condições representa a aproximação dos mercados da Amazônia com a Venezuela, uma saída para o Caribe, uma conexão com os países andinos e a saída para o Pacífico. “Com a BR-319 asfaltada estaremos integrando diversos modais do Eixo Norte e aumentando a competitividade de nossos produtos agropecuários, de nossa indústria e transformando Porto Velho num polo logístico estratégico para o País”, avalia Thomé.O diretor executivo da Federação das Indústrias do Amazonas (Fiam), Saleh Hamdeh, vai além. Para ele, a reabertura da BR-319 representa o socorro necessário e imprescindível ao modelo de desenvolvimento do Estado, baseado na Zona Franca de Manaus, que está esgotado e limitado diante das precárias condições de infraestrutura para escoamento da produção. “A BR-319 é um elemento importante de competitividade do setor produtivo da região. Nós precisamos de alternativas. Se nós quisermos realmente nos tornar um polo competitivo, precisamos de alternativas para escoar a nossa produção e para receber a matéria-prima”, avalia Hamdeh.

O diretor da Fiam relata que os investimentos fixos estão estagnados nos últimos 10 anos na Zona Franca de Manaus e o que existe é apenas a manutenção do que já tinha há 50 anos. “Nos últimos cinco anos o faturamento da Zona Franca caiu 43%, uma queda de U$ 16 bilhões, e foram fechados 30 mil postos de trabalho. Algumas indústrias já migraram para polos com mais infraestrutura, como São Paulo ou outros países da América Latina, como Peru e Chile. Se não reabrirmos a BR-319 e melhorarmos nossa infraestrutura não vamos conseguir competir no mercado global”, avalia Hamdeh.

Reabertura pode baixar preço do pão

O preço do pão francês em Manaus é uma dos mais caros do País, variando de R$ 9,00 a R$ 18,00 o quilo. Um dos componentes que encarece o preço do produto, segundo o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Amazonas (Sindpam), é o frete do trigo vindo do Sul do País ou da Argentina. Uma parte do trigo que chega a Manaus vem via marítima, direto dos portos do Sul. Mas boa parte ainda vem via rodoviária, cruzando a BR-364 até Porto Velho, onde os caminhões embarcam em balsas no rio Madeira até Manaus.

Durante a travessia da Caravana de Jornalistas pela BR-319, duas carretas carregadas de trigo estavam atoladas em um desvio já próximo ao Igapó-açu, no Km 630. Os motoristas não estavam autorizados a falar em nome da empresa de transporte, mas relataram que optaram por fazer o percurso pela BR-319 para ganhar tempo e reduzir o custo do frete. “Ganhamos quatro dias e reduzimos pela metade o custo do frete”, conta o motorista. Eles fizeram todo o percurso da rodovia numa velocidade média de 40 km/h, mas praticamente sem imprevistos. “Paramos nesse atoleiro por duas horas, e, mesmo assim, creio que vamos fazer o percurso todo em menos de 48 horas”, prevê. Com a rodovia asfaltada, a expectativa é que o trajeto entre Porto Velho e Manaus possa ser feito em 16 horas por caminhões.

Eixo norte

A conta da economia do custo do transporte pelo Eixo Norte com a BR-319 asfaltada ficará ainda mais atrativo para o trigo e muito mais viável para os produtos hortifrutigranjeiros de Rondônia que podem entrar no mercado de Manaus. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia, Hélio Dias de Souza, que já participou de uma caravana pela BR-319, diz que hoje a rota de escoamento via BR-319 representa a salvação para a agricultura familiar de Rondônia. “A BR-319 é considerada para nós a rota da agricultura familiar, pois vamos conseguir colocar nossos produtos em Manaus com vantagem competitiva diante dos fornecedores de São Paulo que hoje abastecem o mercado manauara”, analisa Dias. Ele considera que além de reduzir o tempo em até quatro dias e o frete pela metade, ainda terão um ganho de qualidade e redução das perdas de produtos de até 30% em relação ao transporte fluvial. “A abertura dessa rodovia é imprescindível para o modelo de produção e consumo sustentável que queremos para a Amazônia”, completa o presidente da Faperon.

 



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