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RONDÔNIA

Capital com frota de ônibus reduzida

Sindicatos e representantes do Consórcio SIM negociavam no TRT o fim da greve.

Por Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia
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Publicado: 25/04/2017 às 05h00min

Nas primeiras horas de ontem a equipe do Diário registrou número reduzido de ônibus

O dilema da greve dos coletivos continua; o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sitetuperon), há três anos sem aumento, reivindica um ajuste salarial que agrade a categoria. O Consórcio Sim ofereceu 2,86% e foi aí que o impasse começou. Os trabalhadores do Sim não aceitaram a proposta e decidiram paralisar parcialmente as atividades ontem, causando vários transtornos à população de Porto Velho.

Com o anúncio do início da greve dos motoristas e cobradores de ônibus do Consórcio Sim, a partir de ontem (24), uma liminar foi emitida na última quarta-feira (19) pelo Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (TRT 14), através do desembargador Shikou Sadahiro, determinando que o (Sitetuperon) mantivesse 70% dos trabalhadores em atividade normal durante o movimento de greve em Porto Velho, já que se trata de um serviço essencial à população da capital e que no entendimento do desembargador, pode acarretar prejuízos irreparáveis. A categoria não aceitou a proposta inicial de reajuste de 2,86% realizada pelo Consórcio Sim na primeira reunião em 15 de abril. A classe reivindica pelo menos 4,6 % do INPC/IBGE (Sistema que orienta os reajustes de salários dos trabalhadores).

Caso haja o descumprimento da liminar, o TRT 14 fixou multa de R$ 100 mil, que serão revertidos a entidades filantrópicas de Porto Velho.

A equipe de reportagem do Diário da Amazônia foi conferir pela cidade como estava a movimentação dos coletivos e ouviu as partes envolvidas no impasse.

A população que já anda insatisfeita com o serviço de transporte público da capital, relata uma situação adversa à decisão do TRT14 e evidencia uma situação mais drástica do que foi divulgado:

“Estou perdendo a hora de chegar ao meu trabalho. Entro às 9 h e já estou quase uma hora na parada de ônibus. Não acredito que tenha 70% dos ônibus em atividade não, pois nesse tempo todo, só passaram dois ônibus, que vieram super lotados e sem condições nenhuma de se entrar. Teve uma senhora que ficou desde as 7h30 da manhã e pegou o ônibus lotado mesmo, porque já estava há duas horas esperando. A gente já esperava uma eternidade pelos ônibus, agora então… é impossível que esteja funcionando 70% da frota”, denuncia a funcionária do Serviço Social do Comércio (Sesc–RO), Francinete Rodrigues, 42 anos.

O presidente do Sitetuperon, Francinei Oliveira ao ser questionado sobre a informação divulgada em documento pelo TRT 14, na quinta-feira (20), que dizia que nenhum representante do Sindicato compareceu à audiência em que a Justiça notificou as partes sobre a determinação judicial referente à manutenção de 70% dos trabalhadores em atividade enquanto o movimento de greve perdurar e da possível multa, caso a decisão não seja respeitada, afirma que só teve conhecimento da audiência depois:
“Para irmos a qualquer audiência, precisamos ser notificados previamente. Fato que não ocorreu… só fiquei sabendo dessa audiência muito tempo depois. Houve uma falha de comunicação aí”, explica.

Francinei Oliveira esclareceu ainda que a classe vai permanecer reunida na sede do Sindicato, aguardando que o Consórcio se manifeste e apresente uma nova proposta que ponha fim ao impasse e encerre logo a greve.

“Peço desculpas à população pelos transtornos que essa paralisação parcial gerou, pois nosso objetivo não é ir contra a população, pelo contrário, estamos à disposição para qualquer posicionamento de acordo. Não queremos lesar a população, só queremos um acordo justo. Estamos à disposição da empresa Sim para resolvermos logo esse impasse e para que a população não sofra qualquer dano relativo às suas atividades normais”, alega o presidente do Sitetuperon, Francinei Oliveira.

Negociação para fim da greve

Até o fechamento desta edição, sindicato da categoria e representantes do Consórcio Sim negociavam em audiência na sede do Tribunal Regional do Trabalho o fim da mobilização.

 



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