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Diário da Amazônia

Cármen diz que Justiça e Estado não funcionam sem imprensa livre

A ministra ressaltou que o jornalista tem papel de vanguarda como “radar” da sociedade.

Por O Globo
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Publicado: 12/06/2018 às 10h12min

Foto: Divulgação

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, defendeu ontem uma imprensa “livre” e “útil durante o seminário “30 anos sem censura: a Constituição de 1988 e a liberdade de imprensa”, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Sem imprensa livre, a Justiça não funciona bem, o Estado não funciona bem”, disse a ministra, na abertura do seminário.
Na maioria dos processos contabilizados pelo CNJ, há acusações de difamação (704 ações, 59,5% do total) e por suposta infração à legislação eleitoral (230, 19,4%), geralmente ajuizadas por políticos por prejuízo à imagem. O órgão, porém, diz que o número de ocorrências encontrado – com informações prestadas pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) – representa apenas 4,5% de um total estimado de 300 mil ações envolvendo o exercício da atividade jornalística.
No evento sobre o tema, iniciado na manhã de ontem no próprio STF, Cármen Lúcia citou o jornalista Hipólito da Costa (1774-1823), fundador do primeiro jornal brasileiro, o “Correio Brasiliense”, em 1808. “O primeiro dever do homem é ser útil ao seu semelhante”, disse a ministra, ressaltando que o jornalista tem papel de vanguarda como “radar” da sociedade, “útil no sentido de marcar a direção na qual a sociedade deve seguir”.
Segundo ela, o país, hoje e cada vez mais, precisa da cidadania, porque só a cidadania responsável e comprometida produzirá um Estado muito melhor. “Eu continuo acreditando no Brasil em que o cidadão possa exercer a sua liberdade de maneira crítica, bem informada”, mencionou.


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