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COLUNA-O lucro da criminalidade na fronteira do Brasil

Somente no ano passado, foram apreendidos mais de US$ 146 milhões com o contrabando

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 18/04/2018 às 10h30min

O Brasil contabiliza números impressionantes com o contrabando de cigarros e tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia, Paraguai e Argentina. Os números foram apresentados ao Diário pela Receita Federal, com base em apreensões realizadas ao longo dos últimos meses.  Para o leitor ter um ponto de partida desse montante, somente no ano passado, foram apreendidos pela Receita Federal e Polícia Federal mais de US$ 146 milhões com o contrabando de drogas, armas, brinquedos e produtos falsificados que ingressam no Brasil com todo o apoio logístico dos ‘mulas’.
Embora exista a presença da boa vontade de intensificar o combate ao crime, os órgãos de fiscalização e repressão ao contrabando continua enfrentando forte crise com orçamento financeiro para aparelhar as polícias e realizar ações de combate à criminalidade. Quando o Estado não está presente com as forças policiais na fronteira, o crime organizado toma conta do pedaço e mostra o poder de organização dos contrabandistas com todo o apoio da própria comunidade que reside em território brasileiro.
Se o contrabando de cigarro acontece na fronteira da Bolívia com Rondônia e Acre, é sinal que existe um grande mercado de oportunidades em solo brasileiro disposto a consumir esse produto do crime. Uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Data Folha, do Jornal Folha de São Paulo, revela que a população apoia as ações de combate ao tráfico nas regiões fronteiriças. Ocorre que a mesma pesquisa revela que 70% da população entrevistada pelo instituto confessou comercializar produto de origem ilícita.
Na fronteira do Brasil com o Paraguai, o cigarro continua no topo do ranking do crime de produtos que entram de forma clandestina pelo País. A situação já foi pior nas décadas de 80 e 90 quando ônibus eram apreendidos na fronteira de Foz do Iguaçu (PR) com cigarros contrabandeados do Paraguai.
Os números da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o prejuízo no Brasil soma US$ 2 bilhões anualmente com o crime organizado na fronteira e revelam a necessidade de uma união importante do Brasil, Bolívia, Argentina e Paraguai no sentido de criar medidas que visem fortalecer a fiscalização e evitar prejuízos econômicos para esses países. O Brasil está se aproximando de um novo processo eleitoral e é importante a sociedade começar a firmar compromisso com os candidatos a presidente da República.


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