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Delegado vai a júri popular em PVH

O réu foi preso em flagrante após matar outro delegado, no dia 3 de outubro de 2016.

Publicado: 16/07/2017 às 05h35
Atualizado: 23/08/2018 às 12h14

Loubivar foi preso em flagrante e levado para Delegacia de Homicídios

O delegado de Polícia Civil Loubivar de Castro Araújo vai a júri popular pelo assassinato do também delegado José Pereira da Silva Filho. O crime aconteceu no dia 3 de outubro do ano passado, dentro da Corregedoria de Polícia Civil, localizada na Avenida Pinheiro Machado, no Bairro São Cristovão, em Porto Velho. O juiz José Gonçalves da Silva Filho, da: 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Velho emitiu sentença de pronúncia na última sexta-feira (14).

Ao decidir pela pronúncia, que é o ato formal de encaminhar o réu para ser julgado pelo Conselho de Sentença, o juiz considerou que há indícios suficientes de autoria de que houve de fato um assassinato e não uma morte por legítima defesa. As provas levadas pelo Ministério Público (MP), principalmente os laudos da perícia comprovaram que José Pereira Pinheiro estava sentado quando foi atingido pelos disparos da arma de Loubivar.

Segundo a defesa de Loubivar, ele estava na Corregedoria e ao chegar em uma sala reagiu quando a vítima tentou atirar contra ele. Assim, Loubivar teria sido mais rápido e matou José Pereira Pinheiro. Conforme a versão do advogado do acusado, esses fatos foram distorcidos e, segundo ele, Loubivar agiu em legítima defesa, posto que a vítima ‘empunhou’ sua arma de fogo, uma pistola Ponto 45/RUGER, resultando em prova material em favor de Loubivar.

Mas para o Ministério Público isso não é verdade. O promotor cita que os dois delegados tinham rixa antiga e que Loubivar foi decidido para acabar com a vida do rival no dia do crime. “No início do ano de 2015, o denunciado Loubivar estava sendo designado como Delegado Adjunto da 4ª DP, onde o Delegado Titular era a vítima José Pereira da Silva Filho. Assim que teve contato com a estrutura da 4ª DP, o denunciado quis implantar mudanças administrativas. Naquela oportunidade, o denunciado foi informado pela vítima de que deveria respeitar a hierarquia, pois qualquer alteração dependeria de sua autorização, pois ela era Titular da 4ª DP e ele estava sendo designado como Adjunto, episódio rotineiro próprio da administração partilhada numa mesma delegacia. Contudo, porque foi contrariado, o denunciado passou a nutrir um ódio descomunal pela vítima. Tanto é verdade que chegou a inventar a história de que foi ela ameaçado com uma arma apontada em sua direção”

Para o MP não há dúvida que o crime foi premeditado. “No dia dos fatos, o denunciado encontrou o momento para eliminar a vida da vítima. Para tanto, agiu de surpresa, dirigindo-se ao local indicado, encontrou-a sentada, distraída e trabalhando, momento que sacou sua arma e, sem nada dizer, efetuou dois disparos de arma de fogo. Dessa forma, o denunciado utilizou-se de recurso que impossibilitou a defesa de José Pereira da Silva Filho”.

Conforme apontou o Laudo Pericial da Polícia Técnico-Cientica do Estado, a vítima foi atingida por dois projeteis quando ainda estava sentada, disparados por Loubivar de Castro. Ainda segundo o laudo, “as características observadas no cabo da pistola Ponto 45 apontam que a vítima portava a arma naquele local. A mesma teria tentado sacar a arma no momento em que foi ferida. Isso devido às marcas dos dedos constatadas no cabo, entremeio ao sangue lá impregnado, e devido a seus dedos da mão direita estarem semicerrados, o que indica que estava segurando um objeto. Porém, a arma teria permanecido dentro do coldre”, apontou o Laudo.

Finalmente e para resguardar a ordem pública e a aplicação da Lei Penal, o juiz manteve a prisão preventiva do delegado.

Relembre o crime

Na manhã do dia 03 de outubro de 2016, o delegado Loubivar de Castro Araujo assassinou a tiros o colega de profissão e também delegado José pereira da Silva Filho. O Crime ocorreu dentro do prédio da Corregedoria da Polícia Civil, localizada na Avenida Pinheiro Machado, Bairro São Cristovão em Porto Velho. De acordo com a defesa, o delegado Loubivar estava no local para buscar um documento de nada consta para tirar uma licença e ao encontrar o colega . O suspeito foi preso em flagrante e levado para Delegacia de Homicídios, onde prestou depoimento.

Em depoimento o suspeito contou que ao abrir a porta de uma sala, encontrou a vítima. Segundo Loubivar, ele teve a impressão que o colega sacaria uma arma para matá-lo e para se defender, sacou a arma primeiro e atirou duas vezes. Os tiros atingiram o tórax da vítima.

Por Natália Figueiredo Diário da Amazônia

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