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Diário da Amazônia

Fiocruz-RO aponta sífilis prevalente em unidades prisionais

Após os diagnósticos, os pacientes foram encaminhados aos especialistas para iniciar acompanhamento clínico e laboratorial.

Por Assessoria
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Publicado: 18/01/2018 às 06h25min

Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz foi realizada em quatro penitenciárias do Estado

Relatório anual de um projeto realizado pela Fundação Oswaldo Cruz Rondônia (Fiocruz-RO), junto à população carcerária do Estado, aponta a sífilis como a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais prevalente entre detentos em, pelo menos, quatro unidades prisionais e uma Organização Não Governamental (ONG), voltada para atendimento de egressos do sistema penitenciário. Com o apoio do Ministério Público de Rondônia, o estudo realizado em 2017 revela que, dos 846 reeducandos atendidos pela Fundação, 8,6% foram diagnosticados com sífilis.

O dado é apenas uma das conclusões extraídas do projeto intitulado ‘Prevalência de Hepatites Virais B, C e Delta, Sífilis e HIV na população privada de liberdade em sistema prisional fechado no Estado de Rondônia’, desenvolvido pela Fiocruz-RO, em parceria com o MP, Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia (Cepem); Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa); Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e Faculdade de Rondônia (Faro).
O Ministério Público de Rondônia atuou na iniciativa, como mediador junto ao Governo do Estado de Rondônia, visando articular a execução dos estudos. O apoio da Instituição também possibilitou que a Fiocruz obtivesse acesso aos dados referentes à população carcerária do Estado e às unidades prisionais.

Números

Os números do estudo revelam que, do total de apenados submetidos aos exames, 1,4% apresentou resultado positivo para Hepatite B; 0,8% para Hepatite C e 1,4% para HIV. Os trabalhos foram realizados na Casa de Detenção José Mário Alves, o Urso Branco; Unidade Penitenciária Aruana; Centro de Ressocialização Vale do Guaporé e Unidade Penitenciária Milton Soares de Carvalho (conhecido como 470), além da Associação Cultural e de Desenvolvimento do Reeducando e Egresso (Acuda).

Após os diagnósticos, os pacientes foram encaminhados aos especialistas para iniciar acompanhamento clínico e laboratorial.
Dos 846 presos atendidos, 40,4% tinham entre 18 e 27 anos e 39,2% tinham entre 28 e 37 anos, representando uma população jovem. A etnia autodeclarada de modo mais recorrente foi a raça parda, com 59%, seguida de branco, 18%; e negro, 17,4%. Já o grau de escolaridade dos reeducandos foi considerado baixo. Segundo os estudos, 3,5% do público foi formado por analfabetos; 55,9% não concluíram o Ensino Fundamental e apenas 2,5% tiveram acesso ao Ensino Superior. Pelo menos 2% iniciaram uma graduação e 0,5% obtiveram diploma.



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