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A força da arte e do artesanato de ‘Lili’

“Mesmo que a matéria-prima seja de reciclagem, fica com excelente qualidade”.

Publicado: 06/03/2017 às 05h10

Eliane Borges a “Lili do artesanato” regional, expondo seu produto na “Feira do Sol do Madeira

O atelier da Eliane Borges do Nascimento a Lili do Artesanato, fica na barraca 7 da “Feira do Sol do Madeira” no Galpão 2 da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, filha de dona Maria Borges, de Jaru/RO, mãe de quatro filhos duas mulheres e dois homens: Elenice, Elisângela Anderson e Nilson Borges.

Como filha de colonos e seringueiros, cedo na lida, ajudava seus pais no defumador da borracha para fazer as ‘pelas’, cuidava do forno para defumar, colhendo gravetos e coco babaçu, observando a natureza despertou para suas criações do artesanato natural feito de insumos da floresta, raízes, folhas secas e cascas da madeira. Começou de fato com sua mãe com a costura e bordados à máquina, em seguida pintura em tecido dos panos de prato, capa de água, liquidificador, guardanapos e trilhos de mesa. Nos idos de 1988, fez um curso de pintura em tela, tecido e cerâmica. Em contato com a matéria-prima natural, intuitivamente, desenvolveu uma técnica com fibras de açaí usando no acabamento de quadros, mandalas e arranjos florais de mesa e parede. Andando pela floresta a arte foi fluindo naturalmente inspirada em sua riqueza de detalhes e infinitos formatos da natureza, ela busca também inspiração pela cidade na busca de “caixas de feira” e “paletes. “Apesar da matéria-prima ser de reciclagem com um bom trato, lixar, recortar e pintar, o artesanato (produto) final, fica com excelente qualidade”, afirma Eliane Borges.

Hoje em seu atelier-casa onde divide bancadas na varanda dos fundos e um cafezinho feito na hora na cozinha improvisada na sala da frente para receber os amigos, desenvolve as técnicas adquiridas em cursos nas comunidades e cooperativas de artesanato entre vibras do açaí, papel reciclado, papel de fibra e muitas outras técnicas: “Eu fiz vários cursos de capacitação no Cetene via Sebrae/RO como o de “bio-joia”, tratamento de sementes, de papel reciclado e de fibras, infelizmente hoje não tem mais apoio desses órgãos ao artesão”, saudosamente lamenta Lili.

Fundadora de vários grupos de artesanato em feiras, associações e cooperativas como “Casa do Artesão”, “Cooperativa Açaí” e hoje é afiliada e expõe na ‘Feira do Sol do Madeira’. Tem muita experiência em grandes feiras, participou de várias em todo o Brasil principalmente na “Mãos de Minas” em Belo Horizonte/MG, Seminário de Cultura em Belém/PA e nas feiras de agronegócios, praças e eventos realizados em Rondônia. Fala que, o que faz a diferença para vender bem é contando histórias e tratando os clientes bem, “o cliente quer saber de sua história, de onde você veio e o que você faz, pra vender mais tem que contar primeiro a origem da peça de artesanato, do que ele é feito, qual a semente e como ela é preparada, depois se fala de preço, aí o cliente compra. Se o artesão não tiver conhecimento de seu produto, o cliente desconfia e não leva”, conclui Lili.

Por João Zoghbi Diário da Amazônia

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