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PLANTÃO DE POLÍCIA

Garimpeiros ateiam fogo nos prédios do Ibama, ICMBio e Incra

A ação criminosa ocorreu após uma operação do Ibama apreender balsas usadas em um garimpo.

Por G1AM
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Publicado: 29/10/2017 às 06h05min

Carros do Ibama também foram destruído durante a ação dos garimpeiros na cidade

Na última sexta-feira (27), um grupo de garimpeiros é suspeito de atear fogo em prédios do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Humaitá, no Sul do Amazonas. A ação criminosa ocorreu após uma operação do Ibama apreender balsas usadas em um garimpo.

A Operação Ouro Fino é realizada pelo Ibama, em conjunto com o ICMBio, desde a quarta-feira (25). A ação fiscaliza a atividade de extração ilegal de ouro no rio Madeira. Ao todo, 37 balsas de garimpeiros foram apreendidas durante a ação, segundo o agente José Filho, do Ibama.

Algumas das balsas recolhidas na operação pegaram fogo nesta tarde. Revoltados, os garimpeiros se reuniram para protestar. Os manifestantes invadiram e incendiaram os prédios do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A Força Nacional, que está na cidade para acompanhar a ação do Ibama, tentou conter a manifestação, mas houve confronto.
Eles também entraram no prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde funciona o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), mas foram contidos. Sem acesso ao local, o grupo ateou fogo em veículos que estavam estacionados na área.

Os garimpeiros atribuíram o fogo nas balsas ao grupo de agentes que atua na operação Ouro Fino. Segundo o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Aldo de Campos Costa, que acompanha a situação no município, os órgãos ambientais atuaram estritamente dentro da legalilade.

“No início e durante a operação o Ibama agiu estritamente dentro da legalidade, no exercício do poder de polícia que é atribuído ao órgão ambiental (…). Em momento algum houve incêndio provocado pelos órgãos ambientais. O que ocorreu foi o desmonte e apreensão de balsas que estavam posicionadas irregularmente na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Madeira”, disse.

O procurador reforçou que a atividade realizada por garimpeiros no rio Madeira é ilegal. “Houve uma retaliação a uma operação legítima e legal dos órgãos ambientais. O rio Madeira está sendo alvo de uma atuação, por parte desses garimpeiros, bastante nociva e há muito tempo, o que tem ocasionado sérios prejuízos ao meio ambiente. Eles têm ciência de que é uma atividade irregular. Mais do que isso, é uma atividade criminosa”, afirmou.

Ainda de acordo com Costa, os autores da depredação aos prédios do Ibama e do ICMBio já estão sendo identificados. “Posteriormente eles serão processados, sendo que podem ser condenados a uma pena de até três anos de detenção por conta do dano ao patrimônio da autarquia”, completou.

Por telefone, o Ibama em Brasília disse que espera retorno sobre a operação em Humaitá para falar sobre o caso. (G1AM)



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