Edição de hoje nº 7702
Depois de uma série de reajustes semanais no preço da gasolina, o Governo Federal agora estuda a possibilidade emergencial de redução dos tributos sobre os combustíveis, o que poderá permitir a queda no preço da gasolina. Em conversa ontem em Nova York com jornalistas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou as boas novas.
A notícia, sem dúvida, anima o mercado, principalmente as empresas que atuam diretamente no ramo do transporte. Durante um bom tempo, a gasolina assumiu a liderança no índice de inflação, causando um reajuste elevado no preço dos alimentos e impactando também no orçamento familiar. O gás de cozinha também teve impacto grande no bolso do consumidor.
E a população assistiu tudo na maior tranquilidade, diferente de outros países onde o produto é comercializado por um preço bem menor. As últimas mobilizações contra o aumento semanal no preço da gasolina mobilizaram menos de 30 pessoas em Porto Velho. Nas redes sociais, a insatisfação era grande contra o reajuste, mas na prática, os organizadores do evento ficaram falando sozinhos. Mas o importante é a intenção do consumidor.
Todos torcem de forma intensa para o preço da gasolina reduzir. Se a medida sair do papel, o governo vai conseguir arrecadar mais recursos e terá a oportunidade de alavancar a indústria. Segundo o ministro da Fazenda, existem outras fórmulas para reduzir o preço do produto.
Ele citou a margem de lucro das distribuidoras, no caso do gás, e disse que há possibilidade de ação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas destacou que o Cade é uma “entidade independente”.
O problema é que somente agora que o governo conseguiu visualizar a possibilidade de reduzir o valor do combustível. O contribuinte pagou por um preço de uma gasolina bem elevada durante todo o ano e agora que conseguiu enxergar essa possibilidade de reduzir o valor da combustível.
Os últimos escândalos de corrupção resultaram em grande prejuízo aos cofres da Petrobras e a impressão que se tem nesse momento é que o reajuste no preço da gasolina foi uma forma mais rápida da Petrobras conseguir recuperar o equilíbrio financeiro da empresa. Superado esse objetivo, o caso agora é encontrar uma justificativa para explicar que a equipe econômica do governo encontrou a estratégia necessária para dizer que o governo fez a sua parte em pleno ano eleitoral.