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RONDÔNIA

Greve no transporte entra no 3º dia

Categoria decidiu não aceitar a contraproposta apresentada pelo Consórcio SIM.

Por Jaylson Vasconcelos e Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia
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Publicado: 26/04/2017 às 08h00min | Atualizado 26/04/2017 às 15h38min

Categoria não aceitou a contraproposta de 4,5% de reajuste oferecido pelo consórcio

Na tarde de ontem foi retomado o processo de votação da contraproposta sobre o reajuste salarial de 4,5% oferecido pelo consórcio Sim, em uma assembleia na sede do Sitetuperon liderada pelo presidente Francinei Oliveira, que explicou a categoria quais as regras do acordo.

O presidente explicou as cláusulas que o Consórcio apresentou em contraproposta que foram, 4,5% no reajuste salarial, repasse de 12% no auxílio saúde que de R$ 25 mil vai para R$ 29mil vai para o Sindicato e um abono pelos dois dias de greve para quem não trabalhou. O reajuste em ganho real para as seguintes categorias: cobrador 5,75%, fiscal 5,61%, Motorista 5,48% este foi o valor do impacto do reajuste em salário e alimentação.

A votação aconteceu logo depois das explanações, onde 21 pessoas votaram a favor do reajuste, mas com 67 votos contra, assim contabilizando 130 votos, a categoria não aceitou a contraproposta de 4,5%, o que implica na continuação da greve do transporte público.

O presidente Francinei, ao final da assembleia, falou sobre a rejeição da categoria, sobre o reajuste e a continuação da greve:
“Estamos cumprindo a liminar judicial, mas a greve vai continuar, o salário dos trabalhadores estão congelados já fazem 3 anos, e o consórcio Sim teve um reajuste na tarifa acima de 15%, mas para os trabalhadores não aumentou nada. A contraproposta foi rejeitada e a greve continua respeitando a liminar de 70% e paralisação de 30%”.

Reajuste, injusto

Francinei Oliveira, presidente do Sitetuperon, alega que o reajuste de 4,5% é injusto para a classe, que tem seus salários congelados há três anos. Além disso, ele destaca que o Consórcio Sim assim que assumiu o serviço, teve um ganho de 15% com o aumento das passagens de ônibus de R$ 2,60 para R$ 3,00.

“Hoje, a empresa quer passar para o trabalhador apenas 4,5% de reajuste; valor que está abaixo da inflação. O trabalhador espera nesse momento, que venha algo melhor para a categoria. Nós vamos permanecer à disposição do Consórcio, com 30% da frota parada, respeitando a liminar da justiça e esperando uma contraproposta mais justa pelo Consórcio Sim e que ele olhe com mais carinho para o trabalhador. Então, a gente espera que a empresa melhore um pouco mais essa contraproposta para que possamos encerrar logo a greve. Mediante isso, pedimos desculpas à população mais uma vez, pois a gente entende que quem sofre mais com isso é o usuário, mas infelizmente é a única forma que o trabalhador tem para reivindicar seus direitos”, afirma Francinei Oliveira.

Tempo de espera nas paradas tem sido maior com a greve

Passivos trabalhistas ainda não foram pagos

O motorista José Fernandes, de 60 anos, está no ramo há 31 anos em Porto Velho. Seu José, que já dirigiu as linhas Itamaraty, Três Marias e por último a frota Rio Madeira, se diz indignado com a falta de respeito com a categoria, desde a última administração municipal – Mauro Nazif. Afirma ainda que luta na justiça desde o ano passado por direitos que não foram respeitados:

“Além de ficarmos três anos sem reajuste salarial nenhum, a gestão municipal passada, no tempo das empresas Rio Madeira e Três Marias, está nos devendo muito dinheiro. Causas como férias e direitos não pagos pelas empresas que já foram ganhas na justiça, ainda não foram repassados a nós, trabalhadores. Saí da empresa ano passado, com férias vencidas e um salário sem receber. Agora vem essa empresa Sim que tem dinheiro para investir no trabalhador, mas não valoriza a categoria. Estou sobrevivendo agora de artesanato, e se não fosse por isso, não tinha nem como sustentar minha família. Vou até Brasília com o presidente do Sindicato de lá, para que essa situação tenha repercussão nacional e que o Ministério Público cuide desse entrave”, denuncia José Fernandes



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