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Carlos Sperança

coluna

Publicado: 19/05/2017 às 15h26min

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Horas contadas

a renúncia do presidente Michel Temer era considerada questão de horas ontem.

Já sob investigação do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizada pelo ministro Fachin, fustigado por três pedidos de impeachment no Congresso Nacional, com a bolsa de valores desabando e o anúncio da volta dos Movimentos Brasil Livre e Vem Pra Rua pedindo sua cabeça, a renúncia do presidente Michel Temer era considerada questão de horas ontem. À tarde ele ainda resistia.

Ao mesmo tempo, o PSDB, com seu ícone Aécio Neves atingido pesadamente pela Operação Lava Jato desembarcava do governo do PMDB e o líder do Democratas Ronaldo Caiado, outra legenda expressiva de suporte ao governo, apontava o caminho da rua, ou seja, a renúncia de Temer como saída para a crise e novas eleições. No Congresso os partidos da oposição fustigavam Temer por renuncia já.

A organização criminosa do PMDB com seus partidos alinhados que tinha vencido a batalha pela queda do governo do não menos criminoso PT e seus puxadinhos há um ano, dava os últimos suspiros. Discute-se a eleição indireta a presidente no Congresso e eleições gerais ainda neste ano.

Na vala comum

Com as lideranças nacionais na vala comum e mais exorcizadas que o capeta, a polarização PT com PSDB vai acabando, dando lugar a um cenário de completa desconfiança da classe política, cada vez mais se afundando em ladroagem e corrupção. Está mais claro que nunca que os políticos tornaram as prefeituras, as câmaras municipais os governos estaduais, as assembleias legislativas, Congresso Nacional e a própria presidência da República num balcão de negócios, em antros de rapinagens onde vale tudo para vampirizar o erário.

Num governo com a maioria dos ministros – e o próprio presidente Michel Temer – envolvida com a Operação Lava Jato não era possível prever outro desfecho para a podridão governamental. Era questão de tempo para que tudo que ainda estava escondido sob o tapete virasse esta tempestade de sujeira.

PMDB, PT e PSDB caminham para as eleições de 2018 como bodes de bicheira. Com a janela partidária aberta ainda em dezembro, é certo que tantas ratazanas e camaleões já estejam abandonando os seus atuais barcos com tantas intempéries.

Eleições 2018

A nova ordem, com tudo que está acontecendo no Brasil, sinaliza para um desfecho em favor da renovação dos quadros políticos, tanto em nível nacional quanto nos Estados. O PMDB, PT e o PSDB devem ser os partidos mais prejudicados perante o eleitorado, tal o desgaste de seus ícones e as composições reunindo políticos tradicionais destas legendas, num mesmo balaio, têm tudo para desabar nas urnas no pleito do ano que vem.

Em Rondônia, as alianças que estavam andando para as eleições proporcionais e majoritárias voltaram à estaca zero. É preciso examinar a nova situação, as alterações da reforma política, a nova janela partidária acomodando as lideranças remanescentes e a desconfiança generalizada da opinião pública.

Neste cenário novas candidaturas devem surgir em todos os níveis. Estima-se uma renovação de até 70% nas cadeiras da Assembleia Legislativa de Rondônia e nas vagas da bancada federal rondoniense.


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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