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Diário da Amazônia

How Near lança álbum experimental e intimista

A sutileza e finitude do momento é o que conduz o álbum “Liquefeito“.

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia
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Publicado: 05/11/2017 às 06h05min | Atualizado 14/08/2018 às 09h10min

O músico Raony Ferreira, mergulha no experimentalismo para compor o seu primeiro álbum solo com o projeto “How Near” que foi lançado em 28 de outubro no Teatro 1 do Sesc Esplanada, e conta com as participações de Bira Lourenço e Gilberto Garcia.

O álbum “Liquefeito” é uma obra que tem como pano de fundo o mar, uma costura minuciosa envolvendo texturas e camadas que incitam a reflexão, a inconstância das águas reverberam em momentos de lume e sombras, tornando o álbum um veículo de passeio pelo desconhecido que existe em nós.

Para o artista, a ideia do disco surgiu de fotos registradas em uma viagem de cruzeiro em 2014, sobre o processo de produção e a experiência vivenciada ele diz:

“Fui arrebatado pelo bater das ondas no navio, que gerava um movimento enorme, além de sonoro era visualmente enorme, então comecei a fotografar o mar, do instante em que se formavam as ondas até o desaparecer, com as imagens quis fazer uma exposição fotográfica em que eu musicasse a experiência daquelas pessoas apreciando aquelas fotos, essa exposição não aconteceu, mas comecei a compor as músicas paralelamente, e o álbum veio para juntar as duas coisas, a fotografia e a música, tanto no show do SESC que teve várias projeções, como na capa do disco que são fotos minhas”.

Raony, como foi encontrar uma estética que desse sentido para ao disco?

Primeiramente esta questão de tocar na guitarra e gravar ao vivo, neste sentido existem muitos improvisos e imperfeições que aparecem que para mim são muito bem vindas, é aí que faço relação com as águas, pois não podemos prever de onde se formam as ondas, só existe um único momento, e a música também, pois ela só ira acontecer daquele jeito naquele show, assim como as águas não assumem a mesma forma, a minha música também não dependendo do momento, já o disco é uma fotografia do momento, criei um roteiro e temas, mas o que foi registrado lá não irá acontecer mais.

Sobre as parcerias?

Neste projeto eu me permiti convidar, pois não precisava provar o tempo inteiro que eu poderia tocar sozinho, então convidei o Rodolfo Bartalo que toca comigo na Tuer Lapin, Ramon Alves, Lucas Bieni, jaó Gilberto Garcia eu cheguei a convidar ele na confraria das artes, o Bira sempre foi um ídolo, a primeira vez que toquei com ele foi no show do Sesc, a música para mim funciona como uma troca, uma forma de construção conjunta, onde é necessário aceitar o que o outro tem para oferecer e somar.

Como é ser um artista independente em Porto Velho?

A independência te proporciona a liberdade de escolha, você não tem ninguém te cobrando e falando o que vai vender ou não, por outro lado é uma batalha diária para conseguir sustentabilidade, em Porto Velho existe muita manifestação artística,  hoje em dia nós temos um circuito muito bacana como a Arigóca, o próprio Serenim, então nós já possuímos uma cena organizada na cidade, mas viver de arte é muito difícil, é algo para poucos.

Liquefeito conta com a produção executiva de Ramon Alves, mixagem por Thiago Maziero, Raony Ferreira e Jeferson Almeida, fotografia por Trygve Eriksen e Raony Ferreira, arte gráfica de Lucas Bieni, foi masterizado por Jeferson Almeida, gravado no Estúdio Ecos da Oca, e já está sendo vendido na Livraria Exclusiva localizada no centro.



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