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Diário da Amazônia

Idoso reencontra família após cinco décadas

Antônio, de 78 anos, precisa de cuidados especiais, e só foi liberado após avaliação médica.

Por Assessoria
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Publicado: 22/09/2017 às 06h25min

Ana Maria viu o irmão Antônio Gomes pela última vez em 1964, quando ela tinha 14 anos

Era 1964 quando, aos 14 anos, Ana Maria viu o irmão Antônio Gomes, na época com 16, pela última vez. Era o início de um distanciamento de mais de cinco décadas, repleto de saudade e de dúvidas. Antônio veio para Rondônia em busca de oportunidades, enquanto Ana ficou no interior do Ceará, vivendo com os pais e mais seis irmãos. De lá ela iria morar em Brasília e, apesar da companhia dos dois filhos e de uma neta, ela conta que a saudade do irmão sempre apertou forte.

“Naquela época não tinha telefone e nenhuma facilidade das que temos agora, só carta. E quando nossa mãe morreu, o pai pediu para que não contássemos a ninguém, já que poderia chegar aos ouvidos dele e assim a gente se afastaria mais”, explicou a aposentada.

Até que há duas semanas, em Porto Velho, tudo mudou. Com a ajuda de amigos e do corpo técnico da Casa do Ancião, Ana localizou o irmão no abrigo e não pensou duas vezes: veio até solo rondoniense para este reencontro tão esperado.
“Ele estava no Hospital de Base, entrando na internação, quando ela chegou. Foi lindo e engraçado ao mesmo tempo, já que ele sentia que era ela, mas não tinha certeza. Depois de muita conversa aconteceu o abraço e eles não se desgrudaram mais”, conta Rosi Imperiano, psicóloga da Casa do Ancião e uma das responsáveis pelo reencontro.

Antônio, de 78 anos, precisa de cuidados especiais e por isso só foi liberado para sair do abrigo após uma avaliação médica minuciosa. Agora ele se prepara para encontrar amigos na Colônia Viçosa, na capital, onde ficará alguns dias até partir definitivamente para Brasília, onde irá morar com a irmã. “Eu tenho 78 e ela 71 (anos), é bom porque eu cuido dela e ela cuida de mim”, diz.

Casa do ancião

Assim como Antônio, outros dois idosos tiveram a alegria de voltar ao seio familiar desde o início de 2017. Dos 28 idosos que continuam na casa, 60% deles têm família em outros Estados, mas um trabalho contínuo entre a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seas) com a equipe da Casa, tem como objetivo diminuir esse percentual.

“Nós entramos com a missão de aproximar ou reencontrar os familiares. Eles se sentem sozinhos e precisam desse amor, nada substitui a família”, explica Ione Braga, diretora da Casa.



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