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Diário da Amazônia

Júlio Olivar e O Poeta que Morreu de Amor

O Livro ‘Coisa Alguma’ foi o único livro que ele publicou, inclusive pelas mãos de algum dos maiores intelectuais do Brasil.

Por Sílvio Santos Diário da Amazônia
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Publicado: 14/03/2017 às 07h30min | Atualizado 14/03/2017 às 18h01min

A promoção é da Academia Rondoniense de Letras

O escritor Júlio Olivar vai apresentar na noite de hoje, 14, às 20h, na biblioteca Francisco Meirelles sua mais recente obra literária: O Poeta que morreu de amor” em comemoração ao centenário da morte do Poeta Vespasiano Ramos, que faleceu e está sepultado em Porto Velho no cemitério dos Inocentes no dia 26 de dezembro de 1916.

A sociedade literária da capital de Rondônia que comparecer na biblioteca vai ser agraciada com o show musical protagonizado pelos alunos da faculdade de música da Fimca, que musicaram alguns poemas de Vespasiano Ramos. Além disso o poeta maranhense Ibson Carvalho que é membro da Academia Caxiense de Letras, recitará alguns poemas de sua autoria e de outros poetas nacionais.

Júlio Olivar nos recebeu na manhã de ontem em seu gabinete na Setur e falou a respeito do livro “O Poeta que morreu de amor”.

O livro retrata a trajetória do poeta Vespasiano Ramos, desde seu nascimento em Caxias (MA). Vespasiano viveu durante 32 anos apenas e acabou por falecer aqui em Porto Velho no dia 26 de dezembro de 1916 e foi sepultado no histórico cemitério dos Inocentes.

A figura do Vespasiano sempre foi uma incógnita diz-se que ele é precursor das letras em Rondônia. Quem é ele afinal? Quem é o homem atrás dessas letras maravilhosas que atravessaram eras e gerações e continuam movendo sentimentos? Diziam-se muitas coisas sobre ele, muitas lendas, até que era uma figura que andava de um lado pro outro sem rumo. Na verdade, ele tem um lastro familiar consanguíneo muito interessante. O pai dele era promotor público o irmão Heráclito Ramos era o principal exportador de algodão do Maranhão, portanto, um homem rico, parente de governadores e de pessoas muito bem sucedidas.

Ele tinha a veia poética, artística, que o movia de um lado pro outro. Lançou um livro no Rio de Janeiro e dois meses depois, já estava no estado do Pará e veio pra cá.

O Livro ‘Coisa Alguma’ foi o único livro que ele publicou, inclusive pelas mãos de algum dos maiores intelectuais do Brasil, na época, o livro foi submetido a apreciação crítica da Academia Brasileira de Letras e foi enaltecido por figuras como Osório Duque Estrada o autor do Hino Nacional Brasileiro.

O que ele veio fazer em Porto Velho?

O título do livro “O poeta que morreu de amor” decorre exatamente dessa fuga dele para Porto Velho, ele estava numa paixonite aguda, (ele sofria dessa “doença”), apaixonado por uma dama da alta sociedade maranhense Lili Bittencourt e ela ficou noiva de outro e em decorrência dessa decepção ele acabou vindo para cá. Ele também sofria de cirrose hepática, tinha um tremor na mão direita e mergulhou fundo nas noitadas, bebendo muito. Resolveu vir para cá para se refugiar dessa situação toda… A história completa está no livro.

Ele esteve em Ariquemes que na época era o Seringal Canaã que pertencia a Aureliano Borges, uma figura que ele conhecia desde os tempos do Pará então foi procurar trabalhar como Guarda Livro. Ao chegar ao Seringal começou a passar mal e fez contato com um amigo que ele tinha em Porto Velho que era o João Alfredo dono do Jornal “O Município” que é a raiz do jornal Alto Madeira. Vespasiano viveu seus últimos dias dentro da redação do jornal.

Lançamento

O lançamento vai acontecer a partir das 20h, na biblioteca Francisco Meirelles. Contaremos com apresentação dos estudantes de música da faculdade Fimca, que musicaram diversos poemas da lavra de Vespasiano Ramos. Além da presença do poeta maranhense Ibson Carvalho.



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