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Justiça decreta prisão de fazendeiros

Fazendeiros são suspeitos de envolvimento no sumiço de três militantes do MST.

Publicado: 30/12/2017 às 07h05

Trio está desaparecido desde o dia 14 de dezembro no município de Canutama

A Justiça de Canutama (AM) decretou na última quinta-feira (28) a prisão preventiva de dois fazendeiros suspeitos de envolvimento no sumiço de três agricultores do Movimento Sem-Terra (MST), Flávio de Lima de Souza (ex-brigadista do ICMBio), Marinalva Silva de Souza (vice-presidente da associação de moradores da zona rural) e Jairo Feitosa (morador da região). Os suspeitos são Antônio Mijoler Garcia Filho e Rinaldo da Silva Mota.

Os três agricultores do Movimento Sem-Terra sumiram em uma área de conflito agrário na cidade de Canutama no dia 14 de dezembro na divisa entre Rondônia e Amazonas. Eles faziam parte de um grupo de ocupa uma área de terra da União e travam disputa judicial contra fazendeiros, pela posse definitiva do terreno. Eles foram vistos pela última vez fotografando a área.
A mulher de Flávio disse não acreditar que o marido e os amigos se perderam na região, pois eles conheciam toda a área da propriedade.

“Eles entraram lá para tirarem fotos que foram solicitadas para serem entregues ao Incra, conforme ação na Justiça, que foi ganho a causa pra gente, pois estamos lá na área. Na ida que eles foram para tirarem essas fotos acabaram sumindo e outras pessoas que estavam com eles voltaram desesperados avisando do sumiço dos amigos”, afirma Rosiane Moraes.
A esposa de Flávio também relatou que os agricultores já estavam sendo ameaçados em Canutama.

“Algumas manilhas colocadas na entrada da área de conflito foram arrancadas com tratores. Nós fomos em Humaitá (AM), falamos com o delegado e fizemos registro de ocorrência na época”, disse.

A coordenadora Comissão Pastoral da Terra de Rondônia, Maria Petronila, informou que um dos desaparecidos sofria ameaças de morte.

“Nós fomos procurados no dia 1º de dezembro pelo Flávio, que é o presidente da associação, que relatou para nós, apresentou boletim de ocorrência das ameaças que ele vinha sofrendo por parte de gerentes, enfim, por parte de trabalhadores daquela fazenda, de posse dessa empresa”, disse Maria.

Segundo a Polícia Civil, equipes das polícias Civil e Militar estão em diligência apurando o caso no interior do Amazonas.
Decisão

A juíza Joseilda Pereira Bilio informou que o mandado de prisão ocorreu para “assegurar a manutenção da ordem pública e como garantia da aplicação da lei penal”.

Na mesma decisão, a magistrada, que assumiu a Comarca de Canutama na terça-feira (26), após ter tomado posse como juíza do Tribunal de Justiça do Amazonas no último dia 20, também deferiu pedido de busca e apreensão nas residências e fazendas especificadas no processo, conforme pedido da autoridade policial.

Buscas

No domingo (24), o Exército suspendeu as buscas pelos agricultores. De acordo com o coronel Alexandre Fonseca, do 54º Batalhão de Infantaria de Selva, toda a área foi vasculhada, mas os agricultores não foram encontrados. (com informações do G1)

Por Redação Diário da Amazônia

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