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Diário da Amazônia

Lava Jato reage e diz que Gilmar ‘desborda o equilíbrio’

Força-tarefa do MPF, no Paraná, afirma que ministro do Supremo mantém 'reiterado sentimento negativo com o sucesso da operação

Por Estadão
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Publicado: 13/04/2018 às 11h00min

Foto:Divulgação

 

A Lava Jato reagiu nesta quinta-feira, 12, às acusações do ministro Gilmar Mendes, do Supremo, que no Plenário da Corte, quarta, 11, afirmou que a corrupção chegou ao Ministério Público Federal’. Gilmar citou o ex-procurador Marcelo Miller, envolvido no caso JBS, e também Diogo Castor, que integra a força-tarefa da Lava Jato no Paraná.

Em nota, a Lava Jato do Ministério Público Federal se disse ‘surpreendida’ e atribuiu a Gilmar ‘absoluta falta de seriedade’.

Lançou contra o procurador da República Diogo Castor de Mattos notícias antigas e falsas a respeito do comportamento deste na Operação Lava Jato”, diz o texto.

A fala do ministro Gilmar Mendes desbordou o equilíbrio e responsabilidade exigidos pelo seu cargo”, afirmam os procuradores da Lava Jato.

Eles alegam que o ministro faz ‘não só acusações genéricas e sem provas contra a atuação do Ministério Público Federal, mas especialmente imputações falsas contra o procurador da República Diogo Castor de Mattos com base em notícias antigas e em suposto ‘ouvir dizer’ de desconhecidos advogados, mentiras já devidamente rechaçadas em nota pela força-tarefa Lava Jato em Curitiba em 12 de maio de 2017′.

A nota esclarece o caso do procurador Diogo Castor. “A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal em Curitiba informa que o procurador da República Diogo Castor de Mattos não atuou e não atua em nenhum dos casos ou processos envolvendo o empresário João Santana de Cerqueira Filho.”

João Santana foi marqueteiro do PT. Ele e a mulher Mônica Moura foram presos na Operação Acarajé, desdobramento da Lava Jato.

Os procuradores observam que o acordo de delação de João Santana ‘foi celebrado com a Procuradoria Geral da República em 8 de março de 2017, antes do escritório Delivar de Mattos e Castor Advogados (que tem como um dos sócios Rodrigo Castor de Mattos, irmão do procurador) assumir a defesa do empresário em 17 de abril de 2017’.

O procurador atua na operação Lava Jato desde abril de 2014. O escritório ingressou na representação de Santana em abril de 2017. “Acrescenta-se que Rodrigo Castor de Mattos, embora permaneça como sócio do escritório citado, deixou a defesa de Santana em maio do ano passado.”



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