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LENHA NA FOGUEIRA

Pegando o gancho da crônica do Altair dos Santos Lopes – Tatá - BAIRRO DO TRIÂNGULO - O renascer da fênix patrimonial...

Por Sílvio Santos Diário da Amazônia
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Publicado: 12/05/2017 às 07h15min | Atualizado 12/05/2017 às 08h36min

Pegando o gancho da crônica do Altair dos Santos Lopes – Tatá – BAIRRO DO TRIÂNGULO – O renascer da fênix patrimonial…
Vou lembrar alguns momentos da minha infância e adolescência, vivida por entre os trilhos da Madeira-Mamoré, justamente no trecho entre a casa do seu Bananeira até o Triângulo – (Parte da linha férrea onde o trem fazia a “curva”).
Minha família morou desde 1956, numa Vila de Casas que existiu na avenida Farquar entre a Sete de Setembro e a Travessa Renato Medeiros em frente a Feira Modelo (Hoje Mercado Central).
Minha diversão era junto com os colegas da “feira”, amossegando trem. Quer dizer, quando o trem chegava com suas composições das viagens fosse de Guajará-Mirim ou até mesmo o chamado “Trem da Feira” que trazia a produção dos agricultores do Teotônio para Porto Velho e, após descarregar, os vagões eram conduzidos pelas locomotivas para o pátio de estacionamento. Era aí que a gente entrava em ação amossegando o “trem”.
Quantas vezes nos escondemos nos vagões e íamos até o Triângulo e de lá voltávamos a pé por entre os trilhos, encontrávamos com a turma do seu Alumínio (Geraldo Siqueira), Elizer, Clemente, Silva além do Souza Filho, do Moreira e o Babá que mais tarde se tornou meu parceiro na composição de alguns sambas, entre eles o “Ceará, Lendas e Crenças” – Ceará de Iracema e tinha o Nonato Papudinho. Ali perto onde existiu a casa que até bem pouco tempo, funcionou a sede dos moradores, morava minha tia Ercília e de vez em quando, íamos passar o dia em sua casa e então aproveitávamos para pescar mandi, barba chata e piramutaba.
Minha ligação com a turma do Triângulo se completava com a frequencial de Paulo Macha, Miguel (O Guarda da EFMM), Zé Cardoso e o Gia, fundadores da escola de samba O Triângulo Não Morreu no boteco da mamãe bebendo cachaça.
Depois já sempre frequentava as rodas de seresta e samba, junto com o Manga Rosa autor do samba “Triângulo”, e Jorge Andrade. Veja a breve história do samba “Triângulo”.
O samba de autoria do Manga Rosa foi feito na residência da dona Abigail esposa do sertanista Francisco Meirelles que ficava justamente no “pé” do Morro do Triângulo. A letra do samba que até hoje é sucesso nas rodas de samba em Porto Velho exalta os boêmios que participavam das reuniões musicais na residência de Abigail. “O Black, Abigail, Chico Moreira, Manga Rosa, Nego Velho, Aldenor e Waldemar…”.
Inclusive, a Casa onde Manga Rosa fez o samba, ainda existe e bem que poderia ser tombada como patrimônio histórico.
Não quero lembrar das namoradas pra não dar confusão, porém, o Triângulo foi berço de vários artistas. Nas artes plásticas o destaque vai para o Nonato, no samba como passista, cantor e compositor Babá, cantor Sabará.
No futebol Elizer e seu irmão Silva pelo Botafogo e São Domingos. Porém, o que mais marcou o Triângulo verdadeiro (a parte a margem dos trilhos), foi a Quadrilha “Flor do Maracujá” que tinha sede na residência do seu Joventino Ferreira. Foi em homenagem aàquela quadrilha, que o governo Estadual colocou o nome “Arraial Flor do Maracujá” no maior evento folclórico de Rondônia.
Ainda no carnaval destacamos o Moraes, tocador de clarim e o Armando Holanda mais conhecido como Periquito que criou o Bloco Infantojuvenil o Triângulo Não Morreu, em homenagem a escola de samba que havia para de desfilar.
Isso pra não entrar nas tradicionais famílias dos Barbadianos que fizeram do bairro suas pátrias. Parabéns ao Tatá pela belíssima crônica.
“O Triangulo não morreu e nem morrerá”. Esse era o refrão que os brincantes da escola de samba cantavam em seus desfiles.



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