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ESPORTE

Lewis Hamilton já está entre os maiores pilotos do mundo

Os milhares de torcedores que se espalhavam pelos 22.810 metros do Circuito de Nurburgring, naquele 4 de agosto de 1957, aplaudiram..

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Publicado: 18/09/2018 às 11h27min

Foto: Divulgação

Os milhares de torcedores que se espalhavam pelos 22.810 metros do Circuito de Nurburgring, naquele 4 de agosto de 1957, aplaudiram intensamente o argentino Juan Manuel Fangio. Com sua Maserati 250F venceu de forma espetacular o GP da Alemanha, ao ultrapassar no fim os pilotos da Ferrari, Mike Hawthorn e Peter Collins, e conquistar seu quinto título mundial. Aquela era apenas a oitava temporada da história da F1, iniciada em 1950.

Muitos fãs e profissionais da F1 acreditavam ser pouco provável algum piloto, um dia, igualar a proeza de Fangio, cinco vezes campeão do mundo. Aquilo parecia demais.

Pois no dia 21 de julho de 2002, Michael Schumacher, com Ferrari F2002, venceu o GP da França, apenas o 11º do calendário de 17 etapas, e obteve seu quinto título mundial, fazendo o que poucos imaginavam ser possível 45 anos antes.

O piloto alemão, no entanto, foi além. No dia 12 de outubro de 2003, com Ferrari F2003-GA, terminou o GP do Japão, em Suzuka, na oitava colocação. Como seu companheiro de Ferrari, Rubens Barrichello, venceu, com o adversário de Schumacher, Kimi Raikkonen, da McLaren-Mercedes, em segundo, o alemão celebrou seu sexto título mundial. Novo recordista.

Ele acrescentaria mais um título a sua impressionante estatística na F1, ao vencer o campeonato de 2004, no dia 29 de agosto, no circuito de Spa-Francorchamps, ao se classificar em segundo no GP da Bélgica, com Ferrari F2004. Os números guardam para o excepcional piloto alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo, um lugar mais que especial na história.

Assim é a crônica da F1. Um piloto ou uma equipe estabelece um recorde e tempos depois outro competidor registra marca ainda melhor. Na realidade, o próprio esporte é movido por essa necessidade de buscar maior eficiência em performance, levando a novos recordes. Frequentemente nos perguntamos onde é possível chegar, se há um limite.

A impressionante série de vitórias e poles positions de Lewis Hamilton, nessa fase final da temporada, resultado do seu imenso talento associado, agora, à grande maturidade e à eficiência do seu time, Mercedes, o deixou em condições muito boas de também desmentir o que os seguidores da F1 pensavam em 1957: outro piloto igualar o feito de Fangio, cinco vezes campeão.

Depois de 15 etapas disputadas este ano, Hamilton soma 281 pontos diante de 241 de Sebastian Vettel, da Ferrari, com quem luta pelo quinto título. O alemão também já venceu quatro vezes a competição. São 40 pontos de diferença, importantes por faltarem somente seis corridas para o encerramento do campeonato.

Hamilton tem da mesma forma, por enquanto, mais vitórias que Vettel, este ano, primeiro critério de desempate: 7 a 5. Em número de poles na temporada Hamilton também está na frente, 7 a 5.

Mas se Hamilton ainda está um pouco longe de igualar os sete títulos de Schumacher, em outros parâmetros de desempenho o piloto inglês de 33 anos já figura entre os maiores absolutos da F1.

Observação importante: mais revelante do que um dado puro, como número de vitórias, para representar a competência de um piloto, é associá-lo ao número de GPs que disputou. A porcentagem de sucesso em relação às ocasiões em que entrou na disputa é um dado bem mais representativo da eficiência de um piloto.

Veja no quadro abaixo como ficam alguns dos maiores da história nesse exame e como Hamilton se destaca. Já é possível afirmar que, matematicamente, Hamilton faz parte do seleto grupo dos mais eficientes de todos os tempos, sendo que em alguns parâmetros, é o líder.

O mais relevante do quadro é verificar que Hamilton, com exceção de Fangio, tem a melhor porcentagem entre número de GPs disputados, 223, e de vitórias, 69, eficiência de 30,94%. Supera, por exemplo, Schumacher, terceiro colocado, com 308 GPs e 91 vitórias, ou 29,54%.

O mesmo acontece com o número de pódios, em que a taxa de eficiência de Hamilton é, depois de Fangio, a maior, notáveis 57,84%, diante de 52,47% de Prost, terceiro.

Já em número de poles, o ídolo de Hamilton, Ayrton Senna, está, depois de Fangio, na frente, por ter disputado 162 GPs e largado em primeiro em 65 ocasiões, eficiência de 40,12%. Hamilton tem 35,42%, apesar de possuir maior número de poles de Senna, 79 a 65.


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