BUSCA O QUE ESTÁ PROCURANDO?

Onde deseja efetuar a busca?

Litorina da EFMM será ativada sábado

Projeto realizado pelos ferroviários visa a revitalização do complexo da estrada de ferro.

Publicado: 24/05/2017 às 05h35

Revitalização do complexo da estrada de ferro Madeira-Mamoré também está nos planos da prefeitura de Porto Velho

O cartão-postal de Porto Velho começará a ganhar nova vida se depender da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (Asfemm). Neste sábado (20), a partir das 9h, os porto-velhenses já vão poder andar na última litorina que sobrou dos tempos de grande esplendor da EFMM.

Segundo Seu José Bispo, presidente da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (Asfemm), a litorina data de 1950 e é a última que sobrou das quatro existentes desse período. A litorina que é um vagão ferroviário com motor diesel e condutor próprio andava a 40-60 km/h, comportando 12 passageiros. Seu Bispo lembra com saudade, os tempos em que o ‘vagãozinho’ carregava os diretores, engenheiros e ainda levava o pagamento dos funcionários da EFMM.

“A litorina vai funcionar por um pequeno percurso. Um engenheiro de Goiânia já está trabalhando em ritmo acelerado para que a pequena litorina volte a andar e resgatar a imagem de tempos da história memoráveis. A lataria está sendo consertada, assoalho trocado, pintura nova e um motor revitalizado com uso de óleo diesel vai garantir que a população possa relembrar os tempos áureos da ferrovia”, exalta Seu Bispo.

De acordo com a Asfemm, a revitalização do complexo ferroviário é essencial à capital, por ser um patrimônio histórico do povo e por estar há muito tempo abandonada, servindo ao uso de tráfico de drogas e moradores de rua, o que aumenta os índices de criminalidade no local, que era para ser destinado às famílias de Porto Velho.

Recentemente, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), acatou a ação impetrada pelo MPF e MPE, determinndo a suspensão do contrato de cessão do uso gratuito (de 20 anos) entre a União e município, sobre a administração do complexo ferroviário de Porto Velho (EFMM). A prefeitura recorre.

A Asfeem ressalta que a entidade está dependendo também do apoio da prefeitura, do governo do Estado e do Governo Federal:

A velha litorina da estrada de ferro vai voltar a funcionar

“Fizemos um pedido de R$ 4 milhões ao ministro de Turismo, Marx Beltrão que esteve aqui e estamos aguardando esse recurso aí. Agradeço ainda a prefeitura que está fazendo a limpeza do local, pois foi feito um compromisso no próprio MPF antes do Hildon assumir, com a recuperação da EFMM”, destaca o vice-presidente da Asfemm, George Telles.

Para arrecadar recursos, enquanto ninguém assume a responsabilidade pela EFMM, Telles conta que a associação vem trabalhando constantemente pela melhoria da EFMM, realizando reuniões com a prefeitura, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE) e Advocacia-Geral da União (AGU) e em uma dessas reuniões, ficou acordado em ata que a associação iria assumir o estacionamento do complexo ferroviário. Será cobrado R$ 5,00 por moto e R$ 10,00 por carro, nos fins de semana e feriados.

“A gente então está pedindo a colaboração das pessoas para que possamos fazer a manutenção com esse dinheiro da recuperação da EFMM, quer seja, da litorina, que já está sendo recuperada, dos banheiros que até junho vão ser reformados e de todos os projetos de revitalização do complexo”, pontuou Telles.

Galpão é ocupado por usuários de drogas

George Telles falou ainda do uso do complexo ferroviário por usuários de drogas, marginais e moradores de rua. Afirmou que só no galpão, há cerca de 20 pessoas ocupando o espaço, promovendo até o tráfico de drogas. A falta de segurança é tamanha que podemos ver dentro dos vagões abandonados, roupas, lençóis e até preservativos. Além disso, o cheiro de urina e fezes é insuportável.

Para tratar sobre esse problema, Telles disse que participou no dia 10 de maio, de uma reunião na Procuradoria da República em Rondônia (MPF), com representantes do MPF, MPE, prefeitura de Porto Velho, 17ª Brigada de Infantaria da Selva e AGU, onde ficou determinado que o Município de Porto Velho e a União adotassem medidas necessárias para a contratação de serviço de vigilância ou que procedam a formação da Guarda Municipal Comunitária (armada 24 horas) para resguardar a segurança do complexo ferroviário. Telles ressalta que aguarda o posicionamento do poder público para tal questão:
“Enquanto isso, a Asfemm fará o que estiver ao seu alcance em benfeitorias em prol da revitalização da EFMM”, finaliza.

Por Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia

Deixe o seu comentário