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Diário da Amazônia

Luis Apurinã exalta a cultura de RO em teatro

Durante o final do seu Ensino Médio, o jovem decidiu criar um grupo de teatro com os amigos na escola Sete de Setembro.

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia
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Publicado: 18/03/2018 às 08h15min

Luis Apurinã, 18 anos, é um jovem estudante de Espigão do Oeste, filho de uma capixaba com um índio Apurinã. Começou a demonstrar interesse pela arte desde muito cedo. Aos 13 anos já escrevia seus primeiros contos de forma tímida, até que em 2017 viu a oportunidade de unir as coisas que mais gostava: teatro e escrita.

Durante o final do seu Ensino Médio, o jovem decidiu criar um grupo de teatro com os amigos na escola Sete de Setembro. Sua primeira peça abordava o relacionamento dos pais com os filhos, quando foi apresentada para o público emocionou a plateia que incentivou o jovem a continuar participando do clube de teatro.

As histórias inventadas e encenadas pelo jovem por vezes se confundem com a sua própria trajetória de vida, a cultura indígena, que é a sua raiz, está intrínseca nas suas produções. Como na peça Myrunguerê e Nara, o enredo conta a história de um índio que se apaixona por uma mulher branca, que foi inspirada na relação de amor vivida pelos seus pais. Sobre o sucesso da peça o estudante explica.

Luiz diz que quer continuar escrevendo peças

“Este festival já existia na escola, mas eu nunca participei, como era o meu último ano na escola, decidi chamar a Leila Lopes para participar da peça, nossa intenção era apenas participar, mas a receptividade do público foi tão grande que acabamos competindo no festival regional e acabamos ganhando o primeiro lugar”.

O cotidiano, as conversas que ouve na rua, as relações entre as pessoas também servem de combustível para Luis, ele também se apropria do imaginário brasileiro, onde fez um recorte da cultura africana em um monólogo que tratava sobre preconceito. Agora, o jovem dramaturgo se dedica em escrever sua nova peça, chamada Madeira e os diamantes, que conta a história de um casal que veio para Rondônia com a promessa de mudar de vida. A história se passa nos dias atuais, onde as memórias dos personagens são pinçadas e voltam a ter vida novamente.

“Eles chegam com a ilusão que tudo ia ser muito fácil, mas não foi, então eles precisaram valorizar o estado, a madeira e o diamante estão no título em sentido figurado, fazendo alusão ao rio Madeira, já os diamantes são as pessoas do lugar”.

A peça está sendo finalizada para concorrer novamente ao prêmio de teatro, já Luis começa a traçar os planos e pretende expandir os seus horizontes.

“Eu quero continuar escrevendo peças, quem sabe ser roteirista de séries ou filmes, ou até teatro mesmo, ainda tenho que me desenvolver muito, mas enquanto essa chama estiver acesa dentro de mim, quero levar emoção para as pessoas e que elas conheçam as minhas histórias”.



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