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Diário da Amazônia

Ministro Fachin libera celular de Eduardo Cunha para perícia

Fachin atendeu a pedido do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná

Por Globo
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Publicado: 04/06/2018 às 17h49min

O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o telefone celular, modelo Blackberry, do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) para perícia, além de autorizar acesso às mensagens que estavam no aparelho. Fachin atendeu a pedido do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná, em procedimento que corria no STF mas foi para Curitiba depois que Cunha foi cassado e perdeu o foro privilegiado. A decisão é do último dia 29 de maio.

O Ministério Público aponta que Cunha recebeu, entre 2006 e 2012, “ao menos” US$ 5 milhões para “facilitar e viabilizar” a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, construídos pelo estaleiro sul-coreano Samsung Heavy Industries para operar no Golfo do México e na África. O juiz informou que recebeu material com laudos, mas sem as mídias. A defesa de Cunha pediu perícia no material, mas o juiz não tinha como dar andamento sem o conteúdo completo.

Fachin considerou que “afigura-se legítimo” o pedido do magistrado e determinou que a Secretaria Judiciária do tribunal, responsável pelos equipamentos, entreguem aos peritos indicados pelo juiz os laudos, as mídias e o celular, “acautelado em Cofre da Coordenadoria de Processos Criminais”.

Entre as mensagens, está uma trocada entre Cunha e o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) em 2012, na qual trataram de repasses de Joesley Batista, dono da J&F. Na conversa, há citação ao nome “Michel”, que, segundo o relatório da Operação Catilinárias, sobre buscas na casa de Cunha, se refere ao presidente Michel Temer.

Conforme essas mensagens, ao saber que parte dos repasses de Joesley iria para o Rio Grande do Norte, estado de Henrique Alves, em vez de São Paulo, estado de Temer, Eduardo Cunha avisou: “Vai dar merda com Michel”. À época da troca de mensagens, Temer era vice-presidente da República.



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