Porto Velho/RO, 25 Março 2024 15:33:30
RONDÔNIA

Moradores reclamam de abandono

Ramal Maravilha se tornou novo local para a prática do crime; corpos foram localizados na via.

Por Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia
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Publicado: 30/07/2017 às 05h00min

Após a construção da ponte no rio Madeira, a estrada do Ramal Maravilha tem servido de alternativas para o crime

As imediações do Ramal Maravilha, zona rural de Porto Velho, localizado na BR-319, após a ponte sobre o rio Madeira, é um local de muitos problemas para os moradores da localidade.

Além de um gigantesco buraco, causado pelo desbarrancamento de terra, a estrada não possui nenhum tipo de sinalização. Os moradores reclamam da poeira intensa que está contribuindo para adoecer quem vive na área.

Eles alegam ainda a falta de iluminação pública, que é cobrada junto a Eletrobrás Energia-RO, sendo o mais grave dos problemas, de acordo com os moradores, é que a área é utilizada para desova de cadáveres.

Em maio, os restos mortais de dois jovens foram encontrados desovados no Rio Madeira, região do Ramal Maravilha, Km 7 da BR 319 – sentido Humaitá (AM). Já em junho, um corpo não identificado foi encontrado carbonizado nas imediações do Km 5.
De acordo com o produtor rural Rosiclei Simões, que mora há 30 anos no Ramal Maravilha, a Defesa Civil interditou a área do desbarrancamento no período de chuvas e classificou o local como área de risco. Após as chuvas, a faixa foi retirada. O morador reclama da falta de segurança e iluminação pública, elementos propícios para a criminalidade e “desovar” cadáveres.

“A poeira na época da seca é muito grande. O DER nunca apareceu aqui. As únicas máquinas que vêm até o local fazer o patrolamento da estrada são as da prefeitura, isto de vez em quando. Outro grave problema é a falta de segurança, já que toda hora um cadáver é encontrado aqui. Policiamento quase não aparece no local”, diz o produtor rural.

Elza Batista diz que poeira em sua residência é intensa. Ela reclama que o ramal deixou de ser uma “maravilha”

O casal de idosos Elza Batista, de 74 anos, e seu marido Manuel de Oliveira, de 72 anos, moradores há quase 30 anos da localidade, conta que a poeira é quase insuportável nessa época do ano e que temem as constantes ‘aparições’ de cadáveres no Ramal.

Segundo o casal, a enchente de 2014 pôs fim às suas plantações e hoje eles são obrigados a criar galinhas para sobreviver, já que até o momento a Usina de Santo Antônio não os indenizou por conta dos prejuízos causados pela cheia.

“Na verdade, há anos que o Ramal Maravilha deixou de ser uma maravilha. Está abandonado e esquecido pelas autoridades que deveriam cuidar melhor da área. Não temos policiamento, não temos iluminação pública, pela qual pagamos todo mês. A instalação da ponte, que deveria facilitar o acesso, resultou em mais problemas, principalmente aumentando a criminalidade”, desabafa dona Elza.

A equipe de reportagem do Diário da Amazônia entrou em contato com o Departamento de Estradas de Rodagens e Transportes do Estado (DER) e obteve a explicação de que a responsabilidade da manutenção da localidade é da prefeitura de Porto Velho.

Já na questão da segurança pública, a assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM) informou que é feito patrulhamento em toda área e que novos planejamentos serão feitos para massificar ainda mais a presença da Polícia Militar na região.



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