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Diário da Amazônia

Mortes violentas batem recorde

Impressiona o índice de mortes violentas em 2017 nos estados do Acre e Rondônia, conforme mostrou o 12º Anuário Brasileiro de..

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Publicado: 10/08/2018 às 08h59min

Impressiona o índice de mortes violentas em 2017 nos estados do Acre e Rondônia, conforme mostrou o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado ontem pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O documento coloca a capital Rio Branco (AC) no topo nacional da violência, índice esse que já foi ocupado por Rondônia. Foram registradas 530 mortes violentas internacionais (vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora) no Acre, um crescimento de mais de 45% em relação ao mesmo período de 2016.

Em Rondônia, segundo apurou o Diário, o Anuário contabilizou 508 assassinatos – no ano de 2016 foram contabilizados 587. Apesar da redução do número de homicídios, não há motivo para comemorar essa queda. O Brasil, conforme apontou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, fechou 2017 com 63.880, um crescimento de 2,9% em relação ao ano anterior. No Ceará foram 5.332 mortes

A violência conseguiu atingir números expressivos e está longe de apresentar redução. Em Rio Branco, por exemplo, somente este ano, a imprensa local registrou várias execuções e disputa entre facções criminosas que lutam pelo comércio de droga na fronteira. O Estado, a exemplo de Rondônia, faz fronteira com a Bolívia e nos últimos anos se tornou rota importante para o tráfico de cocaína, maconha e armamento pesado.

As operações do Exército, Polícia Federal, Ambiental e Polícia Civil são importantes para frear o avanço da droga na fronteira dos dois Estados e precisam acontecer com mais frequência. Geralmente, nessas operações, quem são os principais alvos das operações policiais são os chamados “mulas” (aquelas pessoas usadas por traficante para o transporte de drogas).

A droga que invade o território brasileiro contribuiu para o avanço da violência nos dois Estados, mas há também a violência urbana, aquela cometida por criminosos durante roubos. O Rio Grande do Norte, do outro lado do Brasil, não está localizado em área de fronteira, mas a violência urbana impera na cidade de Natal. O Ceará, da mesma forma. A cidade de Belém é outro fenômeno da violência urbana e o tráfico de drogas. O município ocupa a terceira posição (67,5) – em primeiro está Rio Branco (83,7) e, segundo lugar, Fortaleza (77,3).

Representantes do Governo Federal, em reunião realizada em outubro de 2017 com governadores na cidade de Rio Branco, firmaram pacto de intensificar o trabalho de fiscalização na fronteira. O Exército entrou forte na fiscalização este ano, mas as operações (apenas duas em 2018) não foram e não serão suficientes para inibir a organização criminosa que tenta de apoderar da fronteira, contribuindo para a violência nas cidades.



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