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Diário da Amazônia

Mostrando os nossos grandes talentos

“Há um ano divulgando talentos da Música, da Literatura das Artes Cênicas e das Artes Visuais.”

Por João Zoghbi Diário da Amazônia
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Publicado: 17/12/2017 às 05h30min

Quem acompanhou nossa trajetória aos domingos, aqui, sabe do espaço aberto para ‘novos’ artistas, os quais só poderiam alcançar tal feito se executassem algo muito mirabolante e de grande valor nos ‘espaços ditos oficiais’.

A exemplo disso só os poucos ‘premiados’ e ousados, mesmo assim, sairiam numa lista em que só os “medalhões” tomariam a cena. Há um ano, recebi do editor-chefe da Redação do Diário da Amazônia, Marcelo Freire, o desafio para fazer essa página, trazer notícias dos bastidores de eventos e produtores culturais, ininterruptamente realizamos mais de 140 entrevistas e, artistas homenageados por tornarem Rondônia culturalmente melhor. Vamos relembrar de:

Rita Queiroz “A VOZ DO MADEIRA”.

Exposição permanente de Rita Queiroz: “Andando Pelas Picadas” e “Descamação Celular”, na sala 8 espaço de relacionamentos do Palácio da Memória Rondoniense, Palácio Presidente Vargas no centro antigo de Porto Velho, entrada principal pela Rua D. Pedro II, das 9h às 17h.

Ao meio de rendas, lençóis pintados, almofadas ilustradas com poesias, recortes, muitas esculturas de pano revestidas em retalhos, rede rasgada, roupas recicladas e pintura em tela, são esses os objetos que permeiam nas instalações da artista visual Rita Queiroz que há mais de quarenta anos “descamando células culturais, andando pelas picadas no âmago das artes visuais” com muitas inspirações.

Raro acervo artístico cultural “Doado ao Governo do Estado de Rondônia”. Uma história concreta e real de uma artista nascida nas barrancas, precisamente no seringal de Santa Catarina no baixo Rio Madeira. Viajou pelo mundo com as “Lendas da Amazônia” no suporte midiático da Panasonic, enveredou na pintura retratando sua cultura beradeira e, defensora da cultura regional.

Waldemar Nazareno “A VOZ DE OURO DE RONDÔNIA”.

Waldemar Nazareno Ralha de Sousa. Na música, o maior legado, em que se tornara um cantor romântico, quando eleito em 1975, no programa de auditório “Osmar Vilhena Show”, no auditório da rádio Caiari, concurso “A VOZ DE OURO DE RONDÔNIA”. Recebeu esse título da mão de um dos jurados, nada mais nada menos do que Raul Gil que o levou em seguida, para cantar em seu programa em São Paulo. Cantar nos bailes e nas festinhas nas décadas dos anos 1970 até hoje, se tornou uma marca.

Muito depois, como crooner e um dos fundadores do Grupo Musical “Anjos da Madrugada” ao lado de Laio, Roberto, Tatá e José Monteiro, gravou três CDs: o primeiro no Rio de Janeiro o segundo em Belo Horizonte e o terceiro em Vilhena/RO. Se tornar essa pessoa íntegra e popular fez questão de dizer da sua participação em vários eventos culturais como jurado em desfiles de moda, e do Carnaval de Porto Velho.

Bruno Souza “BRAVÍSSIMO TALENTO EM PVH”

Bruno Alves de Souza, sem medo de ser feliz e fazendo muito sucesso com seu talento, hoje, é um artista universal, sua fonte inesgotável de inspiração é a “Floresta Amazônica” quando transferido ainda criança com seus pais Joaquim Souza e Generci Alves de Souza, para Porto Velho. Com muito talento e deslumbrado com as belíssimas paisagens amazônicas, aflorou sua arte realizando uma vasta produção de desenhos e esculturas. Seu maior desafio foi desenvolver seu talento em outro país, com apoio total de seus pais, frequentou o curso de pintura na Escola de Artes Téos da Paróquia São Tiago Maior, chegando a ser instrutor no curso de pintura, anos mais tarde. Em 2010 se formou em pintura na Academia de Belas Artes de Catânia região da Sicília sul da Itália, na qual, após dois anos concluiu a pós-graduação.

Timides “O REI DA RAIZ”

Timides, dono de uma habilidade como poucos na “arte do fazer com as mãos”. Agricultor, ferreiro, carpinteiro e artesão, herança do mestre Francisco José Ribeiro, seu pai e de muita fibra legado de dona Maria Pereira Ribeiro, sua mãe. Em seu atelier na floresta ao meio de raízes, troncos, forquilhas, rodelas de madeiras e um arsenal bem cuidado de serras, furadeiras e formões afiadíssimos faz o melhor do artefato manual regional, uma mistura de interpretação, intuição, liberdade criativa, inspiração e muita transpiração quando trata as formas escultóricas que a natureza ao acaso caprichosamente lhe oferece.

Não podendo viver sem a arte de criar, o tempo todo fica observando a natureza atrás de uma nova inspiração, faz seu trabalho por amor e talento: “Não posso ver uma raiz, enquanto não faço o que estou pensando, não sossego, imaginando como a peça vai ficar,” enfatiza Timides.

Casado com Maria Auxiliadora Nunes Ribeiro educadora do Colégio Mojuca, pai de duas filhas e um filho, quatro netos e muitos amigos, comerciante e nas horas vagas exerce o ofício de “Mestre da Natureza”, com uma habilidade dessas é reconhecido como: “O Rei da Raiz.”

Reinaldo Ramos “A RÁDIO FALANTE E TV PAREDÃO”.

Professor Reinaldo Ramos das Neves, pedagogo, design gráfico, atuou como chargista nos jornais “O Guaporé” e “O Alto Madeira”, faz artes visuais com grafite. É coordenador do projeto Rádio Falante e TV Paredão ambos executados na escola Orlando Freire, seu ninho de produções da “palavra”, a arte da comunicação através do rádio e TV comunitária, tecnicamente improvisados, mas atuante profissionalmente.

O projeto que extrapolou os muros da escola: a “Rádio Falante” em sua programação ímpar, ganhou um voto de louvor da Assembleia Legislativa de RO. Reinaldo está há seis anos à frente desse projeto e almeja produzir o livro dos dez anos e um vídeo documentário, dada importância desse projeto.

Amaury Dantas “TRILHOS DO TEMPO”.

Amaury Dantas, autodidata nas artes visuais: artista plástico, designer, desenhista gráfico e artístico, escultor, alguns e grandes ensaios na arte de fotografar e, atualmente além de exercer seus talentos na publicidade agora na assessoria de comunicação da prefeitura de Mirassol D’Oeste (MT).

“Trilhos do Tempo”, o artista levou quatro anos e meio para pintar as quinze obras realistas em óleo sobre tela com detalhes surrealistas pela formação ‘Daliniana’ e agora inspiradas nas fotos de Dana Merril e gravuras a bico de pena de Franz Keller. O projeto em homenagem aos 100 anos da E.F.M.M. pela quantidade de telas não foi possível, mas pela vontade foi possível para os 105 anos: “tive essa vontade quando passei por aqui em 2012 visitei a Casa da Cultura e cheguei até a agendar essa exposição, mas não foi possível, levei quatro anos e meio para pintar essa coleção”, diz o artista.

É uma releitura de fotografias, em óleo sobre tela, para se ter uma ideia de tempo cada obra, em média, levou de 60 a 90 dias para desenvolver cada detalhe pela interpretação do desenho e da pintura realista. “Pintei essas obras sobre a Madeira-Mamoré e agora Porto Velho, desde criança tenho uma relação com tudo isso, são minhas memórias de infância com o pátio da Madeira-Mamoré e de minha querida Porto Velho,” finalizou Amaury Dantas.

Aguinaldo Gonçalves “OZUMANÓIDES”.

Professor, doutor, ensaísta, poeta e escritor Aguinaldo Gonçalves, 67 anos, é de Rio Preto SP e, a importância de sua vinda a Rondônia no universo acadêmico foi uma atividade do Curso de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Pegdra, Núcleo de História com o apoio da Reitoria da Unir e prefeitura de Porto Velho.

“O Professor Aguinaldo tem um longo trabalho de construção teórica consistente no campo da semiótica (ciência dos signos) suas palestras trouxeram para os corpos discentes e docente reflexões verticais marcadas pelas intensidades de análise em grandes obras da cultura brasileira e universal, tais como Machado de Assis, Van Gogh, João Cabral de Melo Neto e Marcel Proust, trabalhando a intersemioticidade, ou seja, relacionando obras e formas artísticas diferente que, se observadas de modo orientado, com determinados conceitos, uma pode iluminar a outra quanto ao processo de significação”, diz Ene Glória.

Relata que teve outras experiências um tanto fragmentadas: “Agora, com ‘Coisas de Casa’, tenho um trabalho mais racional. No “Ozumanóides” busquei romper com as formas para dar espaço a um hibridismo discursivo, constitui uma metamorfose filosófica, crítica, teórica, analítica e, sobretudo, poética e inventiva”. Num ar de reflexão nos presenteia Aguinaldo Gonçalves.
Nesta semana escolhi uma grande coletânea em que reapresento algumas entrevistas que foram destaques durante o ano de 2017. Mais de 140 entrevistas, na minha concepção, busquei reeditar as melhores da temporada e espero que o caríssimo leitor tenha a mesma opinião. Semana que vem tem mais, boa leitura!

Geraldo Cruz  “ARTE ESCULTÓRICA”

Geraldo Cruz tem obras em toda parte de Rondônia, principalmente em Porto Velho, no Brasil e exterior. Busca inspiração sempre na temática regional aperfeiçoando a ‘iconografia regional’ diante da beleza e sensibilidade artística, escultor, escritor, produtor e pintor por natureza divina: “a obra flui naturalmente e inexplicavelmente pelas mãos do artista”, comenta o autor. Com o conhecimento e o domínio escultórico tanto no aspecto humano quanto das variações das formas na fauna e na flora é o mínimo necessário, se ter um estudo tridimensional da estética e proporção da anatomia específica da obra tecnicamente, criada.

Vamos divulgar sua obra também. É só mandar seu material para meu email: [email protected]



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