Nos últimos 86 anos, apesar de todos os avanços sociais e legislativos obtidos desde que o ato de votar e ser votada passou a ser permitido a algumas mulheres no Brasil, ainda há muitos desafios para garantir a efetiva participação feminina na política, embora as mulheres respondam por mais da metade do eleitorado brasileiro (52%), mas nos quadros políticos ainda são minoria. É o que mostra a Procuradoria-Geral Eleitoral do Ministério Público Federal nesta semana, durante campanha que lembra os 86 anos do voto feminino. No ranking de 193 países elaborado pela Inter-Parliamentary Union, em relação à participação das mulheres no Congresso Nacional, o Brasil ocupa a 154ª posição.
Com o objetivo de mudar esse quadro, a PGE promove ação nos veículos institucionais do MPF e nas mídias sociais (Facebook, Instagram e Twitter) para relembrar as conquistas e debater medidas ainda necessárias para assegurar que mais mulheres sejam eleitas. A iniciativa integra o projeto “MPF 30 Anos Cidadão” e marca o aniversário da lei que garantiu o direito de voto às mulheres brasileiras – aprovada em 24 de fevereiro de 1932, no governo de Getúlio Vargas.
A procuradora-geral Eleitoral, Raquel Dodge, destacou a importância de instituições como o MPF trazerem o assunto para a chamada ordem do dia, com debates e reflexões sobre os avanços e também sobre os desafios a serem enfrentados pelo País. Dodge defende a adoção de medidas que possam garantir, de fato, o empoderamento feminino. Para ela, é preciso ir além de providências que enfrentam apenas a parte visível do problema. A PGE lembra que não basta prever cota de candidaturas femininas sem que haja preocupação com a participação efetiva das mulheres nos diretórios partidários e que elas tenham acesso aos recursos financeiros necessários às campanhas.