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Diário da Amazônia

Muitas cantigas de roda não passam de músicas folclóricas

Era uma vez… Assim começa a maioria das histórias que chamamos de “história da Carochinha” e bem podem ser classificadas como..

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Publicado: 22/08/2018 às 09h12min

Era uma vez… Assim começa a maioria das histórias que chamamos de “história da Carochinha” e bem podem ser classificadas como folclore.

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Além dessas histórias existem as canções que nossos avós cantavam para embalar seus filhos como: “Boi, boi, boi. Boi da cara preta, pega essa criança que tem medo de careta”. Escravos de Jó Jogavam caxangá; Tira, põe. Deixa ficar. Guerreiros com guerreiros; Fazem zigue-zigue zá Guerreiros com guerreiros; Fazem zigue-zigue zá.

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Muitas cantigas de roda não passam de músicas consideradas folclóricas. Folclore é a tradição popular passada de geração para geração, através de canções, rezas, crendices, lendas, contos que por algum motivo, passaram a ser vistas como uma coisa que só acontecia na imaginação dos nossos avós.

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Nem tudo que a gente assiste ou aprecia pode ser considerada como Cultura Popular ou folclore. Aliás, existe dentro do Ministério da Cultura uma recomendação para não se usar o termo FOLCLORE e sim CULTURA POPULAR quando nos referirmos as tradições de um povo.

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As famosas histórias da “Carochinha” não são contadas com assiduidade nas escolas que hoje chama de fudamental. Ainda ouvimos nas cheches as “Tias” cantando algumas cantigas de roda da antiga.

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Assim sendo, a criança cresce sem saber o significado de algumas coisas que hoje são lembradas nas rodas de conversas dos adultos. As historinha que antes eram publicadas em revistas em quadrilnho, viraram filmes de alta produção.

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O certo é que hoje, 22 de agosto, é o Dia Nacional do Folclore. Não precisamos dizer que nenhuma entidade que trabalha ou congrega grupos considerados de dança folclóricas, não programaram nenhuma atividade.

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Aliás, acho até que o dia 22 de agosto, foi uma escolha fora da rota pra festejar o folclore brasileiro. Acontece que as festas consideradas folclóricas acontecem em sua maioria, no mês de junho e não são chamadas de festas folclóricas e sim de JUNINAS.

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Por que então não escolheram um dia do mês de junho para festejar o folclore brasileiro? A festa ou a comemoração só acontece dois meses depois das datas de Santo Antônio, São João e São Pedro.

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De qualquer maneira, como o dia 22 de agosto foi o escolhido para ser o Dia Nacional do Folclore, só nos resta festejá-lo.

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Assim como nos dias dos santos juninos as famílias se juntam (ou se juntavam) a beira da fogueira para contar histórias e estórias e até lembrar histórias de assombração. Assim deveríamos fazer no dia de hoje.

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Reunindo as crianças nos pátios dos colégios e creches e contar ou falar já que estamos na Amazônia, sobre as lendas do Boto, da Iara, da Matinta Pereira, Vitória Régia, Urutaí, Curupira, Mapinguari e tantas outras.

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Como nenhuma entidade programou qualquer atividade para lembrar que hoje é o Dia Nacional do Folclore, vamos apenas lembrar de folcloristas que partiram, como Pedro Botelho o defensor da dança de quadrilha em Porto Velho, Antônio de Castro Alves o baluarte da brincadeira de Boi Bumbá; Seu Chagas, Lourenço; Dona Jovelina, Nonato Guedes, Flávio Carneiro o verdadeiro criador da Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás e tantos outros que já partiram para outra dimensão.

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Salve o Folclore Brasileiro! Salve a Cultura Popular!

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Sábado passado perdemos um colega de profissão e amigo. José Martins ou Seu Martins com o chamavam os integrantes do Grupo Teatral Êxodo.

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Jornalista formado pela Uniron, radialista, escritor, poeta e amigo inconteste da cultura local, Seu Martins era querido por todos.

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Não é por que ele morreu não! Martins era realmente uma pessoa muito legal. Que Deus o tenha!



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