Porto Velho/RO, 20 Março 2024 15:09:14
RONDÔNIA

Mulheres temem rebelião nos presídios

Os órgãos de segurança em RO já iniciaram o plano para prevenção de ataques de facções.

Por Mineia Capistrano Diário da Amazônia
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Publicado: 08/01/2017 às 05h00min

Como forma de não ampliar a apreensão, as visitas e banho de sol foram mantidas e reforçado o policiamento nas guaritas

Policiamento reforçado nas unidades prisionais de Porto Velho gera tensão em parentes de presos que cumprem pena nos quatro presídios da capital. Enquanto aguardavam liberação para visita aos seus familiares, mulheres, algumas presentes às unidades desde as 4h da manhã demonstravam uma mistura de sentimentos, o mais evidente era o temor frente a possibilidade de rebelião, a exemplo do acontecido em Manaus (AM) e em Boa Vista (RR), na última semana.

As mulheres, que no geral tem algum grau de parentesco com os presos, afirmam que estranharam o movimento diferente em frente das unidades prisionais: a quantidade de viaturas, o número de policiais e mesmo a presença de advogados. “Nós estranhamos isso tudo. Está um tumulto diferente, mas ficamos mais tranquilas com o policiamento, porque é uma segurança maior, mas eles (apenados) se sentem ameaçados”, diz Nariane Pereira.

A tragédia carcerária tomou conta das penitenciárias nos Estados da região Norte

Ouvir dizer que os apenados estão mais tranquilos, mediante a transferência de 16 presos, que fazem parte da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), para o presídio do km 470 não foi o suficiente para aliviar a tensão das mulheres, na primeira visita após as notícias de mortes no sistema prisional nos Estados vizinhos. Mesmo com receio de fazer as visitas em um dia com tanta tensão, elas preferiram arriscar. “Acho que os policiais vão fazer revista nas celas, enquanto nossos maridos saem para a visita”, acredita Cássia Aparecida. “Eu acho bom que façam, ficamos bem mais tranquilas”.

Diante das notícias sobre as rebeliões que aconteceram na última semana, Gleiciane Lopes, afirma sentir temor de que movimento semelhante possa acontecer em Porto Velho. “Saí de casa me apegando com Deus”, confessa. “Nosso maior medo é que aconteça uma rebelião com a gente lá dentro”, receia.

“Fiquei muito assustada com os vídeos que vi sobre a rebelião em Manaus. Na verdade eu nem entendi direito porque fizeram tudo isso”, diz Cássia Aparecida.

Outra apreensão gerada às mulheres, que participaram das visitas – liberadas normalmente este final de semana – era a possibilidade de revista íntima para que pudessem entrar nos presídios. “As revistas estavam leves, não sei como vai ser esse final de semana”, diz Gleiciane Lopes.

Entre compras, histórias e sob o olhar atento dos policiais, os corredores das unidades prisionais foram lotados por mulheres, que mesmo em meio a esse clima de ansiedade, esperaram por até cinco horas para visitar seus parentes, no último sábado.

 



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