Porto Velho/RO, 19 Março 2024 12:50:36
RONDÔNIA

Novos hábitos são adotados pela população da terceira idade em RO

A prática de dançar, cantar, viajar, pintar, ler e fazer exercícios está inserido como hábitos realizados na melhor idade.

Por Sara Cícera Diário da Amazônia
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Publicado: 14/07/2018 às 07h00min | Atualizado 17/07/2018 às 14h30min

Fazer exercícios funcionais nessa fase da vida, ajuda a melhorar as atividades da vida diária.(Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

Na considerada melhor idade, mais conhecida como a terceira idade, as pessoas vivem com base em novos hábitos que vão desde a alimentação, cuidados com o corpo, entretenimento, mais tempo dedicado à leitura, música, maior comprometimento com o bem-estar físico, emocional e mental. De acordo com a profissional de educação física do Serviço Social do Comércio (Sesc), Rosa de Luiz, fazer exercícios funcionais nessa fase da vida, ajuda a melhorar as atividades da vida diária.

“Todo o idoso precisa recuperar o que ao longo do tempo vai perdendo, como fazer uma simples caminhaada, uma simples subida de escada, ao pular um buraco e muitos outros”. disse.

A dona Judite Ferreira de 87 anos, frequenta o Grupo de Convivência dos Idosos no Sesc há 26 anos. Para ela, cuidar da saúde está em primeiro lugar.

“Eu gosto muito de fazer exercício e isso me ajuda muito. Porque na idade que eu estou, se eu não fizesse esses exercícios eu acho que estaria acamada”, disse Judite.

Judite Ferreira de 87 anos (Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

O Grupo de Convivência dos Idosos no Sesc oferece várias atividades para as pessoas da terceira idade. “Trabalhamos desde a coordenação motora, flexibilidade, força muscular, cardiorrespiratório e também fazemos caminhada. A gente faz diversas maneiras para que eles consigam ter todos os exercícios e assim melhorar cada vez mais essas atividades da vida diária.

Além dos exercícios, o Sesc oferece oficinas de trabalhos manuais, oficinas de canto e coral, oficinas de teatro, danças de salão, ioga e oficina da memória para trabalhar a parte do cognitivo que com o envelhecimento, as perdas da memória passam a ser mais frequentes.

Raimundo Borges de 79 anos, disse que essa atividade é a favorita dele. “Eu gosto dos exercícios e também do jogo da memória. Eles fazem perguntas e temos que lembrar as respostas. É bom para ajudar a ativar o cérebro, e eu me sinto muito bem”, expressou.

“Eu gosto dos exercícios e também do jogo da memória. Ajuda a ativar o cérebro, e eu me sinto muito bem”, Raimundo Borges.

Diretora da CCI, Luci Maria da silva (Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

O Centro de Convivência do Idoso (CCI) da Secretária de Desenvolvimento Social e Família (Semasf), atende cerca de 200 idosos por dia. O lugar de convivência também disponibiliza fisioterapia, hidroginástica, ginástica, academia ao ar livre, oficinas de artesanato, carimbó, forró e até bingo. Segundo a diretora da CCI, Luci Maria da silva, muitos idosos chegaram no local com depressão e hoje são pessoas felizes e alegres.

 

“Quando chega nessa fase da terceira idade eles acham que a vida parou, mas não parou. Aqui tem muito encontro e reencontro de amigos de infância. Aqui é uma casa muito bonita e comemoramos de tudo, a páscoa, dia das mães, dia do vovô, da vovó, dia dos pais e até realizamos concurso de miss e mister da terceira idade”, comentou.

Segundo a diretora da CCI, Luci Maria da silva, muitos idosos chegaram no local com depressão e hoje são pessoas felizes e alegres (Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

Dona Antônia de Águiar, 74 anos, contou que antes de entrar na CCI ela sentia muitas dores. “Quando eu entrei aqui eu não consegui nem me abaixar, e nem pisar no chão de tanta dor que eu sentia, e hoje eu estou é boazinha, nunca mais tomei remédio para dor, eu faço meus exercícios e não sinto dor. Eu gosto muito daqui”, relatou.

Hábitos culturais

Além dos exercícios, a prática de dançar, cantar, viajar, pintar, fazer artesanatos, participar de concursos também está inserido como hábitos realizados na melhor idade. A Dona Judite contou que já está com uma viagem marcada. “A gente viaja também. Eu estou com uma viagem marcada para sete de setembro para Guajará-Mirim, com a equipe de caminhada, que fazem parte do setor de turismo do Sesc”, disse contente.

Maria de Jesus participa do CCI desde o início (Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

Dona Maria de Jesus participa do CCI desde o início. Segundo ela, o dia que ela não vai ao Centro de Convivência é um dia triste. “Eu gosto de dançar, dançar e dançar. Minha vida mudou muito depois que eu passei a vir aqui. Eu era uma pessoa que parecia sem jeito, sem graça, mas cheguei aqui e minha alegria mudou, é demais. O dia que eu não venho pra cá não presta pra mim”, comentou animada.

Dona Antônia, de 74 anos, ficou em terceiro lugar no concurso de “Miss e Mister Rondônia da 3ª idade 2018”. “Eu não queria participar porque eu não entendo nada de desfile, e nunca desfilei, mas minha filha insistiu, e eu fui e participei e ganhei em primeiro lugar aqui em Porto Veho. Eu fiquei parada e perturbada porque eu não tinha experiência nenhuma, ai eu fui para a competição e fiquei em 3 lugar em Vilhena. Eu gostei muito”, contou.

Dona Antônia ficou em terceiro lugar no concurso de “Miss e Mister Rondônia da 3ª idade 2018 (Foto: Roni carvalho/Diário da Amazônia)

“Eu cuido muito da minha alimentação. Eu sempre como salada e um pedaço de bife, pode ser de carne, de frango e peixe, sem sal, sem gordura, tudo saudável, e como muita fruta também”, ressaltou.

Leitura

Outro hábito muito comum na melhor idade, é a prática da leitura. O diretor da Biblioteca Francisco Meirelles de Porto Velho, Célio Leandro,  informou que o público da terceira idade é bem ativo na biblioteca. “Nós temos vários frequentadores que já conhecem todos os espaços daqui. A gente tem muitos senhores que já sabemos até o tipo de literatura preferido que eles mais gostam. Tem uns que vem especificamente buscar a questão da história regional, e o bom da biblioteca é que nós temos espaços específicos para esse de público”, comentou.

Francisco Pereira de 65 anos, visita a biblioteca há 40 anos (Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

Francisco Pereira de 65 anos, visita a biblioteca há 40 anos. Segundo ele, o lugar é tranquilo para a concentração. “Eu me interesso muito pelos assuntos dos jornais e livros de idiomas. Eu dissertei muito sobre a história. Eu conclui o curso de letras português e espanhol, e também trabalho com o inglês também, ai de vez em quando eu venho por aqui pra ver o que tem de novidades”, expressou com alegria.

 



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