Na considerada melhor idade, mais conhecida como a terceira idade, as pessoas vivem com base em novos hábitos que vão desde a alimentação, cuidados com o corpo, entretenimento, mais tempo dedicado à leitura, música, maior comprometimento com o bem-estar físico, emocional e mental. De acordo com a profissional de educação física do Serviço Social do Comércio (Sesc), Rosa de Luiz, fazer exercícios funcionais nessa fase da vida, ajuda a melhorar as atividades da vida diária.
“Todo o idoso precisa recuperar o que ao longo do tempo vai perdendo, como fazer uma simples caminhaada, uma simples subida de escada, ao pular um buraco e muitos outros”. disse.
A dona Judite Ferreira de 87 anos, frequenta o Grupo de Convivência dos Idosos no Sesc há 26 anos. Para ela, cuidar da saúde está em primeiro lugar.
O Grupo de Convivência dos Idosos no Sesc oferece várias atividades para as pessoas da terceira idade. “Trabalhamos desde a coordenação motora, flexibilidade, força muscular, cardiorrespiratório e também fazemos caminhada. A gente faz diversas maneiras para que eles consigam ter todos os exercícios e assim melhorar cada vez mais essas atividades da vida diária.
Além dos exercícios, o Sesc oferece oficinas de trabalhos manuais, oficinas de canto e coral, oficinas de teatro, danças de salão, ioga e oficina da memória para trabalhar a parte do cognitivo que com o envelhecimento, as perdas da memória passam a ser mais frequentes.
Raimundo Borges de 79 anos, disse que essa atividade é a favorita dele. “Eu gosto dos exercícios e também do jogo da memória. Eles fazem perguntas e temos que lembrar as respostas. É bom para ajudar a ativar o cérebro, e eu me sinto muito bem”, expressou.
O Centro de Convivência do Idoso (CCI) da Secretária de Desenvolvimento Social e Família (Semasf), atende cerca de 200 idosos por dia. O lugar de convivência também disponibiliza fisioterapia, hidroginástica, ginástica, academia ao ar livre, oficinas de artesanato, carimbó, forró e até bingo. Segundo a diretora da CCI, Luci Maria da silva, muitos idosos chegaram no local com depressão e hoje são pessoas felizes e alegres.
“Quando chega nessa fase da terceira idade eles acham que a vida parou, mas não parou. Aqui tem muito encontro e reencontro de amigos de infância. Aqui é uma casa muito bonita e comemoramos de tudo, a páscoa, dia das mães, dia do vovô, da vovó, dia dos pais e até realizamos concurso de miss e mister da terceira idade”, comentou.
Dona Antônia de Águiar, 74 anos, contou que antes de entrar na CCI ela sentia muitas dores. “Quando eu entrei aqui eu não consegui nem me abaixar, e nem pisar no chão de tanta dor que eu sentia, e hoje eu estou é boazinha, nunca mais tomei remédio para dor, eu faço meus exercícios e não sinto dor. Eu gosto muito daqui”, relatou.
Além dos exercícios, a prática de dançar, cantar, viajar, pintar, fazer artesanatos, participar de concursos também está inserido como hábitos realizados na melhor idade. A Dona Judite contou que já está com uma viagem marcada. “A gente viaja também. Eu estou com uma viagem marcada para sete de setembro para Guajará-Mirim, com a equipe de caminhada, que fazem parte do setor de turismo do Sesc”, disse contente.
Dona Maria de Jesus participa do CCI desde o início. Segundo ela, o dia que ela não vai ao Centro de Convivência é um dia triste. “Eu gosto de dançar, dançar e dançar. Minha vida mudou muito depois que eu passei a vir aqui. Eu era uma pessoa que parecia sem jeito, sem graça, mas cheguei aqui e minha alegria mudou, é demais. O dia que eu não venho pra cá não presta pra mim”, comentou animada.
Dona Antônia, de 74 anos, ficou em terceiro lugar no concurso de “Miss e Mister Rondônia da 3ª idade 2018”. “Eu não queria participar porque eu não entendo nada de desfile, e nunca desfilei, mas minha filha insistiu, e eu fui e participei e ganhei em primeiro lugar aqui em Porto Veho. Eu fiquei parada e perturbada porque eu não tinha experiência nenhuma, ai eu fui para a competição e fiquei em 3 lugar em Vilhena. Eu gostei muito”, contou.
Outro hábito muito comum na melhor idade, é a prática da leitura. O diretor da Biblioteca Francisco Meirelles de Porto Velho, Célio Leandro, informou que o público da terceira idade é bem ativo na biblioteca. “Nós temos vários frequentadores que já conhecem todos os espaços daqui. A gente tem muitos senhores que já sabemos até o tipo de literatura preferido que eles mais gostam. Tem uns que vem especificamente buscar a questão da história regional, e o bom da biblioteca é que nós temos espaços específicos para esse de público”, comentou.
Francisco Pereira de 65 anos, visita a biblioteca há 40 anos. Segundo ele, o lugar é tranquilo para a concentração. “Eu me interesso muito pelos assuntos dos jornais e livros de idiomas. Eu dissertei muito sobre a história. Eu conclui o curso de letras português e espanhol, e também trabalho com o inglês também, ai de vez em quando eu venho por aqui pra ver o que tem de novidades”, expressou com alegria.