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O bebê da mariazinha

A barriga da Mariazinha começou a crescer e ela explicou ao pai: “trata-se de uma gravidez temporária”. A ilusão era de que, como..

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Publicado: 10/09/2015 às 06h15min

A barriga da Mariazinha começou a crescer e ela explicou ao pai: “trata-se de uma gravidez temporária”. A ilusão era de que, como havia surgido, a barriga poderia sumir, sem ter produzido as dores do parto nem gerado um bebê de pai desconhecido.
Por coincidência na Turquia, onde se refugiou por dois dias, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a iminência de o governo decretar impostos temporários para enfrentar a crise econômica.

Mais do que o contribuinte insurgir-se diante do engodo, chama a atenção a desfaçatez com que o “imposto temporário” foi anunciado. Uma forma de enganar os trouxas, se é que alguém acreditará na mentira. Provavelmente contra o assalariado, mas sem esquecer o pequeno empresário, o novo imposto não servirá para tirar o orçamento do fundo do poço. O diabo é que uma vez estabelecido, despertará a tentação de ser seguido por outros. Nada mais fácil do que multiplicar impostos para quem detém o poder. Quanto aos resultados, importa menos. O destino do bebê da Mariazinha é ganhar um monte de irmãozinhos…
Mas sobre a sucessão presidencial, que o PMDB lançará candidato próprio para 2018, ninguém duvida. O diabo é saber quem. Michel Temer estará próximo dos oitenta anos. José Serra resiste à hipótese de mudar de partido, imaginando-se capaz de abater Aécio Neves e Geraldo Alckmin na esquadrilha dos tucanos. Dos seis governadores peemedebistas, não há um que desponte. No Congresso, o jejum de líderes é flagrante, exceção de Roberto Requião, pelo jeito disposto a exercer pela terceira vez o governo do Paraná.

As cartas continuam embaralhadas, mesmo depois que o Lula abriu o jogo e admitiu concorrer pelo PT. O fracasso de Dilma já contamina os companheiros e o ex-presidente o disputará com chances razoáveis.

Existem, no entanto, opções ainda embrionárias em outros arraiais. Ciro Gomes, agora no PDT, pensa longe e se prepara. No PSDB, aparece correndo por fora o senador Álvaro Dias, que nada terá a perder se abrigar-se no Partido Socialista. Afinal, sempre disporá de mais quatro anos no Senado.

Em suma, a hora não seria para ilações tão débeis quanto longínquas, mas a verdade é que ganham corpo. Até porque, na dependência dos tribunais superiores, a sucessão presidencial poderá ser antecipada. A profecia de Michel Temer continua pairando sobre o palácio do Planalto.



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