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Diário da Amazônia

Obra mal feita prejudica estudantes em Cacoal

Desde que a obra foi terminada, em 2016, os alunos enfrentam problemas.

Por Magda Oliveira Diário da Amazônia
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Publicado: 15/02/2018 às 07h10min

Para recuperar a obra, a prefeitura terá e investir um montante de R$ 342 mil

Os pais e alunos da escola municipal José de Almeida e Silva, de Cacoal passarão por mais um transtorno: a transferência das aulas para um novo prédio alugado. Desde que a obra de ampliação da escola foi concluída, em 2016, a comunidade escolar só tem enfrentado problemas. A má execução do telhado deixa o prédio todo alagado quando chove. As infiltrações acabaram encharcando o forro que cedeu em vários pontos da construção. Os dois blocos de banheiros recém-construídos foram os mais afetados.

O novo prédio com 12 salas nunca chegou a ser utilizado pelos alunos. Os estudantes continuavam usando apenas a estrutura antiga que também apresenta problemas estruturais. Para resolver a má execução da nova construção as atividades na escola foram suspensas e os estudantes agora serão acomodados em uma cooperativa escolar alugada pelo município.

“Lamentamos muito esse transtorno. Com esses problemas teremos que alugar 18 salas em uma cooperativa escolar, isso custará para a prefeitura cerca de R$ 400 mil anual. Com a má execução da obra tivemos vários prejuízos, como o valor já investido pela prefeitura e o comprometimento da estrutura antiga que até então funcionava muito bem para os nossos alunos”, reclamou a prefeita Glaucione Rodrigues.

Atendimento

A escola atende cerca de 700 alunos do Ensino Infantil ao Fundamental com idades entre 4 a 10 anos. Niceia Ricardo, de 46 anos, é mãe de uma aluna autista de sete anos. A garota estuda na escola, mas a mãe confessa que se sentia insegura de mandar a filha para a escola.

“Eu cheguei a procurar outras escolas para matricular minha filha, mas não encontrei nenhuma viável para atendê-la. Todos os dias quando trazia ela para estudar, ficava preocupada com essa obra mal acabada. Agora estou bem mais tranquila sabendo que estudará em um local estruturado e seguro”, garantiu a dona de casa.

Segundo o procurador da prefeitura, Caio Veche, o município já entrou com uma ação contra a empresa responsável pela obra. A construção custou para o município cerca de R$ 1 milhão, recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

“A prefeitura acionou a empresa judicialmente. A lei de licitação obriga o contratado a garantir a solidez da obra, o que entendemos não ter sido cumprido no caso da construção do José de Almeida. O prazo para que a empresa seja responsabilizada por erros na construção é de cinco anos, portanto, estamos dentro do prazo”, garante o procurador.

Investir

Para recuperar a obra o município deverá desembolsar no mínimo R$ 342 mil. A previsão é que a construção seja entregue em 2019. Até lá a prefeitura terá que pagar aluguel desse novo espaço.

O ano letivo para os estudantes da escola José de Almeida deve iniciar no dia 19 de fevereiro. O município garantiu que os alunos não terão prejuízos no ano letivo.

“Os 200 dias letivos começam a contar a partir do primeiro dia de aula, estamos dentro do calendário e os alunos não terão nenhum prejuízo. Até mesmo os 15 dias de férias no meio do ano estão garantidos”, afirmou a secretária municipal de Educação Rosely Maria Dias.



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