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Diário da Amazônia

Para o Brasil Voltar a Ser Campeão, Não Reeleja Ladrão

A Banda vai desfilar no dia 10 de fevereiro entre as 16h e as 22h.

Por Sílvio Santos Diário da Amazônia
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Publicado: 21/01/2018 às 06h45min

O tema da Banda do Vai Quem Quer para o carnaval deste ano, apresentado na última quinta-feira, dia 18, está causando preocupação entre a classe política detentora de mandato. A presidente do bloco advogada Sicília Andrade, filha do general da Banda, Manelão, explica na entrevista que segue, os motivos que a levaram a optar pelo tema: Para o Brasil Voltar a Ser Campeão, Não Reeleja Ladrão. “Cheguei a passar noites acordada, pensando em substituir a palavra LADRÃO, porém, não encontrei nenhuma adequada, para aplicar à situação atual de alguns políticos brasileiros”.

Você fica sabendo também, sobre as taxas que um bloco como a Banda tem que recolher à municipalidade, para poder desfilar no carnaval de Porto Velho.

A Banda vai desfilar no dia 10 de fevereiro entre as 16h e as 22h.

ENTREVISTA

Zk – Como surgiu a ideia do nome do tema da Banda 2018?
Siça – Eu queria falar sobre política e futebol, foi diferente, porque a gente nunca colocou um tema duplo na camisa.. Fui à casa do Rondinelli Gonzalez que é o nosso arte finalista – designe e falei sobre a ideia dos dois temas, e como em tudo ele põe dificuldade: “Presidente, é complicado fazer isso” – Sei que você consegue. Quero política porque é ano de eleição e futebol porque o Brasil perdeu muito feio a última Copa. Daí pra frente, fizemos alguns ajustes. Quando concluiu ficou o título “Para o Brasil voltar a ser campeão, não reeleja ladrão”.

Zk – Você não acha que a palavra ladrão, é muito pesada?
Siça – Inclusive, pensei em mudá-la para charlatão, só que ficava muito comprido o título e no fundo, charlatão seria a mesma coisa que ladrão. Acontece que quando a gente escolhe o tema, tem que pensar na marchinha também.

Zk – Esse processo começou quando?
Siça – Começamos a fazer a camisa no início de outubro e quando estava na primeira semana de novembro estava concluída, foi um mês.

Zk – Em algum momento você chegou a pensar que sofreria alguma retaliação por parte dos políticos, em virtude da palavra ladrão?
Siça – Pensei sim e muito, até aproveito a oportunidade, para esclarecer que o tema não é direcionado a ninguém, não tenho inimigos políticos, não tenho antipatia por ninguém, adoro meus amigos políticos. Eu não tenho tendência política nenhuma, até porque meus conceitos são diferentes do conceito das pessoas que se tornam políticas. A ideia realmente é fazer uma alusão ao cenário político atual.

Quando a gente coloca o trio na concentração, já tem que estar com tudo pago e pelo menos com a Banda, a gente cumpre toda a burocracia de pagamento das taxas e documentação solicitada. Até porque, eles só emitem o Alvará do evento, se estiver tudo em ordem, inclusive o recolhimento das taxas

Zk – E então?
Siça – Ladrão! Essa palavra como já disse, tentei substituí-la, não vou negar, pensei em várias outras, teve dia d’eu acordar no meio da noite e ficar escrevendo, tentando ajustar o texto pra mudar a palavra LADRÃO, no fim, achei que no fundo no fundo, essa é a palavra.

Zk – O objetivo é que esse tema seja lembrado na hora do voto em outubro?
Siça – É isso mesmo, a ideia é fazer o eleitor fixar o tema da Banda até a hora de votar. Pro eleitor votar na mudança, na melhoria do nosso Brasil e para voltarmos a ser campeão no futebol e campeão na superação de tudo isso que o país tem passado, principalmente na política. Que não fique apenas na brincadeira de carnaval. Vamos colocar em prática: “Para o Brasil voltar a ser campeão, não reeleja ladrão”.

Zk – Fala sobre o mecanismo que é colocar a Banda na rua?
Siça – Não é fácil. Nosso staff é composto de aproximadamente 20 pessoas, que estão ali diariamente dentro da sede. Se a gente for contar realmente quem ajuda, quem está de fora, principalmente os amigos da imprensa, vão ser muito mais do que vinte pessoas. Eu começo a Banda em outubro, em novembro começo a finalizar a camisa e envio para a fábrica confeccionar. Depois fico esperando a publicação por parte do prefeito do Decreto do período momesco, que diz de quando a quando vai acontecer o carnaval. É a Lei que dá condição para as entidades carnavalescas promoverem fechamento de vias para seus ensaios, para utilizarmos todo o aparato de apoio do contingente dos órgãos públicos, como é o caso da Semtran, Semusa (código de postura), Emdur com a iluminação, Sema (poda de árvores), sempre lembrando que mesmo com o Decreto, a gente paga taxa para usufruir de todos esses serviços. É uma estrutura bem complexa. Quando o Decreto é publicado, consigo formalizar o meu processo pra realização do evento.

Zk – Em que consiste a formalização desse projeto?
Siça – Nosso evento é considerado de grande porte, pela quantidade de pessoas que a gente leva e por isso, tenho que ter uma estrutura gigante para tudo, ainda que eu venda 3 Mil camisas tenho que ter uma estrutura para 100 Mil pessoas, aí tenho que ver seguranças, trios elétricos; pros trios elétricos tenho que contratar eletricistas e esses trios precisam ter ART que é emitida pela Crea, tenho que dar entrada nos Bombeiros, na Semtran, no Detran, na Polícia Militar, na Jogos Diversões. Isso tudo é pago.

Zk – Dessas taxas todas, qual a mais cara?
Siça – É o ISS das camisas e esse a gente paga adiantado, numa cacetada só para a prefeitura. Se não pagar não tem camisa pra vender. Quando a gente coloca o trio na concentração, já tem que estar com tudo pago e pelo menos com a Banda, a gente cumpre toda a burocracia de pagamento das taxas e documentação solicitada. Até porque eles só emitem o Alvará do evento, se estiver tudo em ordem, inclusive o recolhimento das taxas. Se a gente somar impostos e taxas chega a R$ 20 mil e neste ano vai aumentar porque entraram dois impostos que antes a gente não pagava que são Alvará da Semusa que custa R$ 750 e o Alvará da Jogos e Diversões que foi R$ 2 mil.

Zk – Você estava falando que trocou de fábrica. Agora as camisas estão sendo confeccionados em qual Estado?
Siça – Agora tô fazendo no Maranhão com uma qualidade bem melhor. É um pouco mais cara, porém, a qualidade é bem melhor. Antes, por mais de dez anos, fazia no interior de Pernambuco. Por questão de qualidade, decidi mudar, mesmo pagando mais. Sabe porque, eu acho muito bacana quando estou andando na rua e vejo o folião usando Camisa da Banda fico encantada, por isso pensei se faço uma camisa com qualidade, ela vai ter maior durabilidade e vai ser usada e lembrada sempre.

Zk – E essa história de que a Siça é filha da Banda?
Siça – Jamais vou poder esconder minha idade, pois tenho a idade da Banda. Segundo minha mãe, eu literalmente fui feita na Banda. Só não foi embaixo do trio, porque na época, não existia trio elétrico. A Banda desfilou em fevereiro de 1981 e eu nasci em novembro do mesmo ano. Quer dizer nove meses depois. O carnaval está no meu sangue, tá na veia. Juro que nunca pensei que um dia estaria à frente de sua diretoria e no ano que meu pai pediu pra eu assumir a Banda fui pega de surpresa e não imaginava que dali mais um ano, estaria assumindo e tocando a Banda praticamente sozinha. Quando falo sozinha, é sem a presença do meu pai.

Ladrão! Tentei substituí-la, não vou negar, pensei em várias outras, teve dia d’eu acordar no meio da noite e ficar escrevendo, tentando ajustar o texto pra mudar a palavra LADRÃO, no fim, achei que no fundo no fundo, essa é a palavra”

Zk – Quantos trios vão puxar os foliões este ano e segurança?
Siça – Serão três trios de grande porte. Os melhores que existem em Porto Velho, além disso, o desfile será transmitido por uma rádio FM. Mais de MIL seguranças entre PMS e segurança particular estarão acompanhando nosso desfile.

Zk – Fala sobre a promoção de troca de chapéu por alimento?
Siça – Em menos de quatro horas acabaram os chapéus. Foi maravilhoso. Às cinco horas da madrugada e olha que estava chovendo, já tinha gente esperando a sede abrir pra trocar o alimento pelo chapéu. Fiquei surpreendida com o sucesso da promoção. O interessante foi que mesmo sem ter mais chapéu os foliões deixaram os alimentos que serão doados a uma entidade especializada. Obrigada meu povo.

Zk – Para encerrar?
Siça – A camisa custa apenas R$ 50 e estão à venda na sede da Banda à rua Joaquim Nabuco entre a D, Pedro II e a Carlos Gomes; na Loja Real e nas lojas Capri. Na sede aceitamos parcelamento no cartão de crédito, nos demais pontos de venda, só no dinheiro.

Zk – Tema?
Siça – “Para o Brasil Voltar a Ser Campeão, Não Reeleja Ladrão”!



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