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PLANTÃO DE POLÍCIA

PC investiga fraudes na Sedam de Vilhena

As suspeitas originaram durante inspeções da Polícia Ambiental nos anos de 2015 e 2016.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 18/02/2017 às 05h10min

Engenheiro florestal e ex-chefe regional do órgão são investigados

Na manhã de ontem, sexta-feira (17), a Polícia Civil em Vilhena deu início à Operação Floresta Nativa, que investiga fraude em autorizações concedidas pelo órgão para proprietários de terras.

Além da busca e apreensão no órgão estadual, treze agentes da Polícia Civil e três delegados cumpriram mandado na casa do engenheiro florestal José Trindade Lobato, e do ex-chefe regional da secretaria, Pedrinho Muller. Os investigados foram afastados das funções públicas e proibidos de se aproximarem de quaisquer unidades da Sedam em todo Estado, além do uso de tornozeleira eletrônica.

Durante as investigações realizadas pela Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Ambiental e Ministério Público (MP), foram constatados seis casos em que os dois suspeitos concederam autorizações para limpeza de áreas de pastos ou capoeiras a fazendeiros, quando na realidade se tratavam de áreas com vegetação nativa, que foram dizimadas como se fossem meras áreas de pasto ou de capoeira.

Origem das investigações

As suspeitas originaram durante inspeções da Polícia Ambiental nas referidas áreas, nos anos de 2015 e 2016. Quando após receberem autuações administrativas de áreas desmatadas, os proprietários apresentavam autorizações especiais expedidas pela Sedam de Vilhena, atestando que as áreas desmatadas eram meramente áreas de vegetação rasteira, denominada capoeira.

Os policiais ambientais, depois de multarem os fazendeiros, passaram o caso para o MP e para a Polícia Civil, que instaurou inquérito civil. Estes passaram a relatar tentativa de pressão, inclusive dos investigados, funcionários da Sedam, para que as fiscalizações fossem amenizadas e as multas diminuídas, pois tais fiscalizações ambientais poderiam prejudicá-los, já que estariam mexendo com pessoas influentes.

“É inadmissível que servidores do próprio órgão ambiental, sustentado com dinheiro público para fiscalizar o meio ambiente, possam promover e acobertar tamanho desmatamento, através de tais autorizações falsas, comprovadas pericialmente, inclusive. Por isso, essas medidas urgentes tomadas na investigação, a qual demonstra que pode ser somente a ponta do iceberg e, com tempo, serão todos investigados e inclusive os proprietários de terras desmatadas responderão pelos crimes praticados”, declarou o delegado de Polícia Civil, Fábio Campos, que coordenou a operação, em Vilhena.



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