A Polícia Federal (PF) afirmou na manhã de ontem (13) que a operação Piratas do Caribe, deflagrada ontem, tem como principal objetivo colher provas para encontrar os 12 brasileiros que estão desaparecidos depois de irem às Bahamas para tentar cruzar ilegalmente para os Estados Unidos. A operação cumpre sete mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva em Rondônia, Santa Catarina e Minas Gerais. Em Rondônia, uma pessoa foi presa em Ji-Paraná e outra em Ariquemes, e outras duas pessoas foram presas em Governador Valadares (MG). A PF não divulgou o nome dos detidos e informou que não há prazo para as prisões. A ação visa desarticular uma organização criminosa que transporta brasileiros de forma ilegal ao exterior, principalmente aos Estados Unidos, via Bahamas.
De acordo com o delegado da PF, Raphael Baggio de Luca, os intermediários que foram presos no Brasil poderão responder criminalmente pelo que aconteceu ou eventualmente vier a acontecer com os brasileiros desaparecidos. “Se eles vierem a óbito, sofrerem sequestro ou forem mantidos em cárcere privado, por exemplo, a PF pode imputar responsabilidade a esses presos, porque eles criaram um risco”, disse.
Segundo ele, o grupo de coiotes aliciava pessoas que queriam morar nos Estados Unidos. “Essas pessoas não têm uma situação financeira privilegiada aqui no Brasil, ou mesmo um trabalho estabelecido. Os coiotes se aproveitam e vendem o ‘sonho americano’. Diz que eles viajarão em iates, que a travessia dura até oito horas. Mas outras pessoas que fizeram essa travessia afirmaram que viajaram em canoas à noite, em condição péssima e perigosa, sem alimentação”, disse o delegado.