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Diário da Amazônia

Pinheiro entrega a Moro ‘registros de encontros’

Material foi anexado à ação penal do caso triplex que seria do ex-presidente Lula.

Por Agência Estado
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Publicado: 17/05/2017 às 06h15min

Em-mals da OAS entregues a Moro mostram “atenção especial” com triplex atribuído a Lula

Faz parte do material entregue ao juiz federal Sérgio Moro pelo empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, um e-mail de 6 de setembro de 2012 que revela ‘atenção especial’ com o triplex 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP), imóvel atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Operação Lava Jato – o que a defesa do petista nega veementemente.
A mensagem foi trocada às 18h08 daquele dia pelos executivos da empreiteira Lucas Pithon Gordilho a Telmo Tonolli, com cópia para Roberto Moreira Ferreira e Ícaro de Assunção Gomes. O assunto do e-mail é ‘apto Solaris’.

Lucas escreve. “Telmo, seria bom sabermos qual das coberturas é a que precisamos ter atenção especial. Lucas.”
Às 21h14 do mesmo dia, Ferreira responde. “Lucas, a unidade em questão é a 164- Salinas. Abs.”
A denúncia do Ministério Público Federal, no caso triplex, aponta que após a OAS Empreendimentos assumir as obras do Solaris os nomes dos edifícios do condomínio foram trocados: o Edifício Návia passou a ser chamado de Bloco A – Salinas e o Edifício Gijon passou a Bloco B – Málaga.

A troca de correspondências faz parte do acervo de registros que o empresário entregou ao juiz da Lava Jato para reforçar o depoimento que ele fez como réu na ação penal do caso triplex.

Uma outra troca de e-mails foi entregue por Léo Pinheiro. Essas mensagens, de 28 de abril de 2014, são intituladas ‘Solaris Guarujá’ e tratam de ‘orçamento para elevador no triplex’.

Naquele dia, o então presidente da OAS Empreendimentos Fábio Yonamine escreve às 13h14. “Dr Léo, Fizemos um orçamento para a unidade que visitamos no Guarujá. Está de acordo com o projeto que lhe enviamos e inclui o elevador dentro da unidade. Vai ficar em torno de R$ 370-400 mil. Se estiver de acordo, nossa equipe está pronta para a execução. Abraço, Fabio.”
Investigadores da Lava Jato sustentam que entre as melhorias no imóvel a empreiteira teria providenciado a colocação de um elevador – o ex-presidente já negou taxativamente que tivesse solicitado o equipamento ao empreiteiro Léo Pinheiro.

LULA da silva É INDICIADO novamente por corrupção

O ex-presidente Lula passa a ser oficialmente suspeito de corrupção passiva em novo inquérito aberto no âmbito da operação Zelotes, que apura compra de decisões favoráveis por empresas no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e “encomenda” de Medidas Provisóiras (MP). Lula foi indiciado pela Polícia Federal junto com os ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra e outras 10 pessoas.

No caso específico, as investigações avançaram sobre a edição da MP 471, conhecida como MP do Refis, mas que teve os benefícios estendidos a montadoras e fabricantes de veículos, entre elas a Hyundai Caoa e Mitsubishi, cujos representantes, Carlos Alberto de Oliveira Andrade e Paulo Ferraz, respectivamente, estão entre os companheiros de Lula no indiciamento apresentado pela PF.

Com a conclusão do inquérito e a coleta de indícios do cometimento dos crimes, cabe agora ao Ministério Público Federal analisar os documentos encontrados pela PF e decidir se apresenta ou não denúncia contra Lula e os demais acusados.
Entre as provas colhidas pela PF há e-mails, anotações e encontros de Lula com o lobista Mauro Marcondes, além de outros documentos que indicam que a edição da MP 471 envolveu R$ 6 milhões destinados ao PT. “Cabe destacar o destino dos R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), que segundo o documento seria “SEIS MI (PARA A CAMPANHA)”, ou seja, o valor seria para abastecer campanha de Partido Político, provavelmente por meio de “caixa 2”, a exemplo do que foi muito observado e comprovado ao longo das investigações da “Operação Lava Jato”, diz o relatório.

O relatório afirma haver “indícios suficientes de materialidade e autoria do crime de corrução ativa, pelas negociações e oferecimento de vantagem indevida, quando da edição da MP 471/2009, por parte do consórcio SGR / Marcondes e Mautoni e das empresas automobilísticas CAOA e MMC Automotores do Brasil, ao então Secretário-Geral da Presidência da República, GILBERTO CARVALHO e ao ex-presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, em benefício do Partido dos Trabalhadores”.



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