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Diário da Amazônia

População com menos privacidade

A tecnologia veio para facilitar a vida em sociedade e, ao mesmo tempo, criar sérios problemas para o cidadão de bem.

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Publicado: 05/07/2018 às 09h32min | Atualizado 05/07/2018 às 09h35min

A tecnologia veio para facilitar a vida em sociedade e, ao mesmo tempo, criar sérios problemas para o cidadão de bem. A notícia do suposto acesso do conteúdo de milhares de mensagens pessoais enviadas pelo gmail, do Google, conforme matéria jornalística publicada ontem pelo jornal “Wall Street Journal”, revela que a internet é está cada vez mais fragilizada para realizar operações bancárias.

Os e-mails, segundo informou o jornal, teriam sido lidos por funcionários dessas empresas, não apenas por máquinas. Os usuários potencialmente afetados são aqueles que assinaram serviços a partir de sua conta de e-mail, como os de comparação de preços e planejamento de viagens.

Ainda nesta semana, o Facebook divulgou lista com o nome de 61 empresas que tiveram acesso diferenciado aos dados de usuários da rede social. A relação foi entregue ao Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados norte-americana na última sexta-feira e divulgada na última 2ª feira. Entre as empresas listadas estão a Audi, Panasonic e a Snap Inc. (dona do Snapchat). Em abril, o fundador da empresa Mark Zuckerberg prestou testemunho a senadores e parlamentares sobre o escândalo de mau uso de dados da Cambridge Analytica. Reafirmou seu comprometimento em impedir que casos como este aconteçam novamente.

Reportagens publicadas em 17 de março no New York Times e no Guardian revelaram o uso ilegal de dados de 50 milhões de usuários do Facebook pela empresa Cambridge Analytica.
A realidade é que não há mais privacidade na rede. Até mesmo os e-mail se tornaram uma ferramenta extremamente perigosa para empresas que trabalham com segurança da informação, principalmente instituições bancárias que movimentam milhões na internet.

A leitura dos e-mails estaria prevista nos termos de uso dos serviços, com os quais os usuários têm de concordar. A finalidade é coletar dados para marketing ou aperfeiçoamento de software. O problema é que essas empresas permitiram que seus funcionários lessem os emails, em vez de apenas escaneá-los digitalmente. Segundo o “WSJ”, mais de oito mil mensagens teriam sido lidas por desenvolvedores de apenas uma dessas companhias em 2016.

No Brasil, a segurança na internet ainda está bem longe de sair do papel. A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal aprovou ontem o projeto de lei que cria regras para uso de dados pessoais na internet. A proposta será analisada, agora, pelo plenário, em regime de urgência. O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados. O projeto autoriza a coleta e tratamento de dados apenas com consentimento explícito e estabelece opção de o usuário visualizar, corrigir e deletar dados pessoais, ou seja, não existe um sistema de segurança eficaz contra os piratas da rede.



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