Porto Velho/RO, 28 Março 2024 17:55:27
Diário da Amazônia

População reclama que farmácias não funcionam de madrugada

Vigilância Sanitária informou ter conhecimento do fato, estando tomando as devidas providências.

Por J. Nogueira Diário da Amazônia
A- A+

Publicado: 11/01/2017 às 07h10min

Ana Maria dos Santos, diretora da Vigilância, se diz ciente do caso

Há mais de 30 dias quem tem necessidade de encontrar uma farmácia aberta no período da madrugada até o início do expediente comercial do dia seguinte, para comprar qualquer tipo de medicamento, não consegue em Ji-Paraná. A única do ramo que atendia nos dois Distritos do município suspendeu o atendimento, em decorrência da exigência da presença de um farmacêutico, justificando alto custo. Ontem (10), a Vigilância Sanitária informou ter conhecimento do fato, estando tomando as devidas providências.

A ausência de farmácias abertas durante a madrugada veio a público na última semana com inúmeras reclamações através da imprensa, sobretudo, na Rádio Alvorada, Diário da Amazônia e Rede TV! Rondônia. Maria de Lurdes Ribeiro, moradora do Segundo Distrito, reclamou não ter encontrado uma unidade aberta para comprar o medicamento prescrito pelo médico que lhe atendeu no Pronto-Socorro ‘Dona Nega’. “Somente consegui comprar o medicamento no dia seguinte. Isso é um absurdo”, criticou.

A reportagem foi à única rede de farmácias que atendia durante a madrugada. A funcionária preferiu não se identificar, mas disse que o proprietário justificou o alto custo para manter o atendimento neste período, especialmente quando lhe foi exigido a presença de um farmacêutico. “Infelizmente, não podemos fazer nada”, declarou.

Conselho

Em contato com o Conselho Regional de Farmácias, a conselheira federal Lérida Vieira deixou claro que a função da entidade se limita apenas em fiscalizar o exercício da profissão de acordo com o que estabelece o Artigo 6º da Lei Federal 13.021, que obriga farmácias e drogarias a ter o farmacêutico profissional durante o seu expediente.

Ainda segundo a conselheira, a autoridade máxima para estabelecer o horário de funcionamento das farmácias e drogarias, é o município. “Penso que cabe ao município, através da Vigilância Sanitária, a criação de uma escala de plantão. Assim como aconteceu em Pimenta Bueno”, declarou.

Sindicato

Outra entidade que comentou o caso foi o Sindicato dos Farmacêuticos de Rondônia através do seu presidente, Antônio de Paula. Para ele, farmácia e drogaria é um estabelecimento de saúde, portanto, deve fazer o máximo para atender bem a população, e trabalhar de acordo com as leis vigentes. “A sociedade, cada vez mais exige um trabalho de alta qualidade”, afirmou. “Até entendo que para alguns proprietários o custo realmente fique alto, mas tudo que se exige consta nas leis em vigor. O valor que se paga para o farmacêutico, em Ji-Paraná, é o mesmo para qualquer outro município”, declarou. Para ele, a Vigilância Sanitária é o órgão responsável pela forma de funcionamento desses estabelecimentos.

Vigilância

O Diário também ouviu a diretora da Divisão de Vigilância Sanitária de Ji-Paraná, Ana Maria dos Santos. Ela afirmou já ter conhecimento do problema, e que as providências estão sendo tomadas. Ainda segundo ela, a Lei Municipal que rege sobre o funcionamento de farmácias e drogarias da cidade, já se encontra defasada, por isso, encaminhou cópia para a Procuradoria Geral do Município (PGM) com objetivo que a mesma seja analisada pelo procurador da Saúde.

Ana Maria ainda disse que a maioria das farmácias atendem até as 22h. “Tão logo que recebermos a orientação da procuradoria, executaremos as providências necessárias”, garantiu. Atualmente, o município conta com uma população de quase 140 habitantes e aproximadamente 70 unidades, entre farmácias e drogarias.



Deixe o seu comentário